
Foto: Pedro Correia
A proposta do Governo para mudar a data de pagamento do IUC vai incluir uma norma transitória para 2026, para evitar que alguns proprietários entreguem o imposto duas vezes num curto período temporal, anunciou esta quarta-feira o Ministério das Finanças.
Corpo do artigo
O esclarecimento surge no dia em que o Jornal de Notícias noticia que, com a mudança legal prevista pelo executivo, entre 15 a 20 mil proprietários teriam de pagar o Imposto Único de Circulação (IUC) duas vezes num curto período temporal (até ao último dia de 2025 e, depois, até fevereiro).
Leia também Vinte mil condutores vão pagar duas vezes IUC até fevereiro
Atualmente, o IUC é pago no mês da matrícula do veículo. O Governo está a preparar uma proposta de lei para fixar fevereiro como mês de pagamento do IUC para quem tem de entregar até 100 euros de imposto ou que o valor seja fracionado entre fevereiro e outubro se o total do imposto a entregar ao Estado seja superior.
A ideia já tinha sido anunciada pelo anterior Governo no início do ano e foi cofirmada, nestes termos, pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, no parlamento em 7 novembro.
Num comunicado enviado às redações na sequências das notícias de hoje, o Ministério das Finanças diz que a iniciativa ainda está "em fase final de elaboração" e que é cedo para a dar como terminada.
"É prematuro anunciar ou especular sobre aquele que será o desenho final desta medida, podendo, contudo, antecipar-se que a proposta do Governo irá incluir uma norma transitória a aplicar ao IUC devido em 2026, evitando a proximidade temporal entre quem pagou IUC no final do ano de 2025 e o que será devido em 2026", esclarece o ministério.
A proposta "deverá ser oportunamente aprovada pelo Conselho de Ministros para ser posteriormente remetida para discussão e aprovação da Assembleia da República", refere.
A mudança da data de pagamento para uma data fixa é uma das 30 medidas da "agenda para a simplificação fiscal" que o primeiro Governo de Luís Montenegro apresentou em janeiro de 2025.
Na semana passada, no parlamento, o ministro das Finanças justificou a alteração com a necessidade de facilitar a identificação da data. "Parece-nos que vai melhorar a forma de pagamento dos impostos, porque vai fazer com que as pessoas não se esqueçam e [evitar que] paguem coimas", justificou.
Em janeiro de 2025, quando a medida foi anunciada, Miranda Sarmento já tinha justificado a alteração com o facto de "muitas pessoas" se esquecerem de "qual é o mês em que compraram carro", acabando por pagar fora de prazo e ter de pagar coimas.
