O bispo José Ornelas negou, este domingo, ter encoberto qualquer caso de abuso sexual de menores na Igreja.
Corpo do artigo
José Ornelas disse, em declarações à SIC, que informação que teve na altura foi de que a alegada vítima negou a acusação. "Não encobri nada. Se não existiu, não posso encobrir", garantiu.
Uma nova suspeita de encobrimento de abusos sexuais recai sobre o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) por não ter encaminhado para as autoridades competentes as denúncias sobre um sacerdote da Congregação dos Dehonianos, a que pertence D. José Ornelas. Na altura que o caso foi conhecido, o padre em causa estava em processo de saída daquela congregação, trabalhando já numa paróquia de Fafe, na diocese de Braga. O tribunal arquivou a queixa, mas o Vaticano aplicou uma "pena canónica de prudência" que impediu o padre de celebrar missas durante cinco anos.
15237677
Em 1 de outubro, o Ministério Público confirmou estar a investigar o bispo José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, por alegado encobrimento de abusos sexuais, referindo ter recebido sobre esta matéria uma "participação provinda da Presidência da República".
Na segunda-feira passada, em entrevista à TVI, José Ornelas contou que recebeu um telefonema do presidente da República a dizer-lhe "que tinha mandado para a PGR" esta queixa. Numa nota publicada na terça-feira passada, a Presidência da República comunicou que "enviou à PGR, no dia 6 de setembro, uma denúncia envolvendo, nomeadamente, D. José Ornelas" e, depois dessa data, "foi contactada por vários órgãos de comunicação social, para confirmar tal envio, o que naturalmente confirmou".
Sobre este contacto telefónico, Marcelo Rebelo de Sousa considerou, este domingo, que falarem sobre a investigação de que o bispo está a ser alvo não terá consequências na investigação criminal.