Pedro Santana Lopes, ex-líder do PSD e atual autarca da Câmara Municipal da Figueira da Foz, defendeu, em entrevista à RTP 3, esta quarta-feira à noite, que não há nenhum político em Portugal que tenha "tanta capacidade" para ser presidente da República como o próprio.
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"Não vejo ninguém com melhor currículo do que eu em Portugal para ser presidente, com tanta capacidade, mas não estou para aí virado", admitiu o antigo primeiro-ministro português, no programa "Grande Entrevista" da RTP 3.
Santana Lopes, que não descartou uma candidatura a Belém, frisou que não "há nada que o impeça" de dar esse passo e mostrou-se confiante sobre o futuro.
"Não há um dia que ande na rua e não me falem nisso", afirmou, lembrando que, apesar do desaire político que teve no passado, essa questão não terá qualquer peso na hora de tomar uma decisão. "Quase todos os presidentes da República tiveram momentos difíceis antes de lá chegarem", alegou.
Ao justificar o legado de décadas que tem construído no panorama político, Santana Lopes negou ter "um vício" e explicou que o que o move "é a paixão", uma vez que "trabalha para melhorar a vida dos outros".
Questionado sobre qual foi o pior momento da vida política, o autarca respondeu perentoriamente: "As legislativas de 2005. Esperava ter tido um resultado melhor, foi muito duro. Mas não fiquei traumatizado", referiu, recordando as eleições antecipadas pelo então presidente, Jorge Sampaio, após a dissolução do Parlamento.
Com elogios a Marcelo Rebelo de Sousa, o antigo social-democrata destacou que o fim do mandato do atual presidente será marcado pelo fecho de um "ciclo inigualável", no entanto, destacou que um chefe de Estado deve ser "capaz de criar consensos e dar as suas convicções".
Sobre Luís Montenegro, assinalou que o atual líder do PSD "está a fazer um bom trabalho", já relativamente ao PS acredita que "o ciclo está a chegar ao fim".