Projeto-piloto, que arranca no Gerês, Douro e Mirandela, visa testar tecnologias para absorver o dióxido de carbono produzido na região.
Corpo do artigo
O Norte vai criar três zonas piloto para testar formas de mitigar e até sequestrar emissões de dióxido de carbono. O projeto está a ser desenvolvido pela Comissão de Coordenação Regional do Norte (CCDR-N) e pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CeiiA), em Matosinhos, merecendo elogios do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, pela "atitude pedagógica".
Inserido no Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte, o projeto concentrou-se, para já, na caracterização da região, adicionando um fator novo: a distribuição das emissões de dióxido de carbono (CO2), que são superiores no litoral.
"Não temos o objetivo de uma região carbono zero, mas temos que ter uma estratégia para que aquilo que emitimos não seja superior ao que conseguimos sequestrar", enfatizou o presidente da CCDR-N, António Cunha, referindo que não se procuram resultados imediatos com o projeto mas construir-se "um caminho de longo prazo".
Além de isolar as emissões de carbono, pretende-se criar um "stock" de mitigação ou com capacidade de sumidouro. Para tal, a CCDR-N e o CeiiA resolveram criar três projetos-piloto: no Parque Natural da Peneda/Gerês, no Douro vinhateiro e em Mirandela.
Nas três zonas piloto vão ser testadas três tipos de tecnologias para mitigar CO2: a produção de biocarvão para se colocar no solo; a agricultura regenerativa e a reflorestação, com a reconversão do mato.
muito trabalho a fazer
"É um novo olhar sobre o território, um modo de trazer a dimensão ambiental para a gestão do território", considerou António Cunha, ao assinar o protocolo entre a CCDR-N e o CeiiA.
Para o ministro do Ambiente, trata-se de "algo absolutamente inovador" e "pedagógico". "Para atingir os objetivos temos muito trabalho pela frente. Temos que trabalhar na redução das emissões e acelerar as energias renováveis", sustentou Duarte Cordeiro.
"Mas não podemos trabalhar apenas na redução das emissões. Temos que ampliar a capacidade de sumidouro do país", sublinhou o ministro do Ambiente.