Os sindicatos pedem celeridade no processo e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) admite greve, caso não haja avanços.
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Depois de mais uma reunião com as estruturas sindicais, esta quinta-feira, o Ministério da Saúde vai avançar com a constituição de um grupo de trabalho para a revisão da grelha salarial dos médicos. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pedem mais rapidez no processo, que só deverá ter resultados concretos em janeiro do próximo ano, altura em que acontecerá mais uma reunião negocial no dia 9.
"A FNAM sai desapontada porque ainda não aconteceu nada", diz Joana Bordalo e Sá, presidente da comissão executiva da federação, ao JN. Caso não haja respostas no primeiro mês de 2023, a estrutura sindical pondera avançar com uma paralisação. "Trabalhamos todos os dias com doentes e assistimos à debandada de profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", defende.
O grupo de trabalho para a revisão das grelhas salariais dos médicos vai reunir já na próxima semana. Apesar de a reunião ter "decorrido com normalidade", também o presidente do SIM, Roque da Cunha, aponta que a negociação está ainda nos "trabalhos preparatórios". "O Governo devia ser mais lesto", reforçou ao JN.
Redimensionar listas
Na reunião com a tutela ficou também decidida a criação de mais um grupo de trabalho para os cuidados de saúde primários, no sentido de redimensionar as listas de utentes dos médicos de famílias. A FNAM acrescentou, em comunicado, que "houve alguns avanços na negociação das normas particulares de organização e disciplina do trabalho médico" para melhorar as condições de trabalho.
Além disso, o Governo propôs a assinatura de "um novo protocolo negocial", que incluísse membros da direção executiva do SNS, no qual "houve a concordância de todos", referiu Joana Bordalo e Sá.