Nuno Melo não quer "escavar trincheiras" mas diz que tem "mais potencialidades"
O eurodeputado candidato à presidência do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou este sábado, à entrada para o 29º Congresso do partido, em Guimarães, que não quer "escavar trincheiras". Garante que vai falar "para fora" do partido, mas entende que é o candidato "com mais potencialidades". Lá dentro, os apoiantes confirmaram-no: foi mais ovacionado que os restantes e até que o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos.
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Chegou de Renault 4L branca, estacionou num lugar que lhe estava reservado na lateral do multiusos de Guimarães e foi logo ovacionado mal pôs um pé fora do carro. "Eu sou um bom conservador e um bom conservador aposta sempre naquilo que nunca falha. Uma 4L nunca me deixou ficar mal", justificou.
Rodeado por muitos apoiantes, Nuno Melo disse sentir que é "uma ferramenta com mais potencialidades do que os restantes" candidatos à liderança do partido: "Sou o único deputado com palco nacional e europeu, tenho visibilidade e uma notoriedade que, vou percebendo na rua, é positiva".
Recorde-se que Nuno Melo tem sido apontado como o favorito para suceder a Francisco Rodrigues dos Santos. Quando entrou no pavilhão multiusos de Guimarães, Francisco Rodrigues dos Santos foi ovacionado de pé. Contudo, foi Nuno Melo quem recolheu o gáudio maior dos congressistas, com um longo aplauso.
A eleição é domingo de manhã e para já há quatro candidatos, mas os 11 presidentes de distritais que subscreveram uma moção muito crítica contra Nuno Melo ainda podem encontrar um nome que surja como candidato surpresa. Nesse cenário, o candidato teria de adotar uma das moções que vão a votos.
À entrada para o congresso, Nuno Melo comentou essa possibilidade: "Uma coisa eu lhe digo, a minha moção não é uma barriga de aluguer. Eu sou o primeiro subscritor da minha moção, dou a cara por ela, vou a votos por ela, tudo em cima da mesa, às claras, sem truques, porque acho que a política precisa de sinceridade. Não sou aqui uma espécie de lebre numa maratona à espera de outro qualquer que no fim há-de cortar a meta".
Ainda assim, o eurodeputado disse querer "construir pontes" e "dar um sinal ao país" para o futuro: "Não venho aqui escavar mais trincheiras". Por isso, prometeu "agregar todos" os que se quiserem juntar à sua candidatura.