O presidente demissionário do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, atribuiu culpas aos opositores internos pela situação que o partido vive. Chamou-lhes uma "associação de egoístas" e culpou-os pelas divisões internas.
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No único discurso previsto para Francisco Rodrigues dos Santos no 29º Congresso do CDS-PP, que decorre este sábado em Guimarães, o ainda líder do partido até começou por dizer que não havia lugar "para ajustes de contas". Porém, rapidamente passou ao ataque de todos aqueles que estiveram contra a sua direção.
"O CDS só sobreviverá caso recuse ser um partido de grupo, ou uma associação de egoístas que se comportam como se fossem donos do partido, e que não toleram que um estranho à sua tertúlia ascenda à liderança", disse Francisco Rodrigues dos Santos.
Se havia dúvidas dos destinatários da mensagem, logo esclareceu: "Que mais nenhum presidente do CDS tenha de assistir, como eu assisti, aos ditos notáveis do seu partido ocuparem o espaço mediático nos jornais e nas televisões para proclamarem a irrelevância do partido ou para dinamitarem a sua liderança. Ou a pedir a sua cabeça ao final de um ano de mandato, exigindo um congresso antecipado, ou a fazerem da bancada parlamentar uma trincheira e das jornadas parlamentares comícios contra a direção do partido".
Refira-se que na noite eleitoral de dia 30 de janeiro, após ter sabido que o CDS-PP não elegeu qualquer deputado à Assembleia da República, o líder do CDS-PP falou do "fogo amigo que matou". Desta vez, repetiu o termo e pediu união: "O CDS não pode continuar a anular-se a si mesmo, dividido em vários quintaizinhos que se atacam uns aos outros, massacrando-se em jogos de subtração em que ninguém vence e o perdedor é invariavelmente o CDS".
Francisco Rodrigues dos Santos lembrou que recebeu "um CDS falido", dois novos partidos (Chega e Iniciativa Liberal) a disputar o mesmo espaço político e ele próprio "estava fora do Parlamento". Depois do diagnóstico, prometeu continuar a militância ativa no partido: "Não vou andar por aí, porque sempre estive aqui e vou continuar por aqui". Contudo, mal terminou o discurso, abandonou o pavilhão multiusos sem falar aos jornalistas.