O eurodeputado do CDS, Nuno Melo, anunciou que vai apresentar uma moção ao próximo congresso do partido, independentemente dos resultados nas autárquicas de setembro. Melo não exclui disputar a liderança.
Corpo do artigo
"Vou apresentar uma moção ao congresso. Isso posso dizer, desde já, que farei. Em segundo lugar, vou empenhar-me nas autárquicas como candidato. Em terceiro, a decisão que tomar em relação a esse congresso não terá, seguramente, que ver com o resultado das autárquicas, mas sim com o estado geral do partido", afirmou Nuno Melo ao Observador.
O eurodeputado argumentou ser "impossível" medir a força do CDS após a próxima ida às urnas, já que os democratas-cristãos se apresentam coligados com o PSD nas autarquias "mais relevantes".
"Ninguém, em condições normais, exclui liminarmente ser candidato à liderança de um partido", afirmou Nuno Melo. "Da minha parte, nunca excluí e não excluo agora". O próximo congresso ordinário do CDS ainda não está agendado, mas deverá acontecer no início do próximo ano.
Melo disse estar "cansado de ouvir juízos pejorativos", da parte de membros e apoiantes da atual direção, sobre o consulado da ex-líder do partido, Assunção Cristas. Recusa a existência de "dois partidos" dentro do CDS e quer que quem comanda os destinos da força política a que pertence conte "genuinamente" com todos os militantes.
Na segunda-feira, durante as jornadas parlamentares do CDS, Nuno Melo pediu aos presentes que "não desistam" do partido, dizendo que, "enquanto tiver de ser, aqui estou". Na mesma ocasião, sem se referir diretamente ao líder, Francisco Rodrigues dos Santos, disse já fazer oposição "ao socialismo" desde o tempo em que muitos andavam "nos bancos da escola".