Líder do Chega irritado com protestos ataca quem "vive à custa dos outros". Comício em Serpa terá sido alvo de "boicote".
Corpo do artigo
Primeiro, em Lisboa, com antifascistas. Depois, em Serpa, com a comunidade de etnia cigana. O domingo de André Ventura foi marcado por protestos. O líder do Chega não gostou e mandou todos "trabalhar". Acabou a tarde a discursar num comício, com um esqueleto atrás de si no palco, enquanto atacava quem "vive à custa dos outros". Um "boicote", alegou a candidatura.
13214853
Ventura quis começar logo em apoteose, com o contra-ataque a quem lá fora o acusava de ser racista, garantindo não querer Rendimento Social de Inserção, apenas trabalhar. Mas, mal começou a atacar os cerca de 50 elementos da comunidade cigana de Serpa, a cortina do palco, por trás de si, abriu-se e mostrou um esqueleto.
O deputado viu, relevou, e prosseguiu, atacando os "que vivem à custa dos nossos impostos, do suor do nosso trabalho". "Protestam porque sabem se o André Ventura e o Chega, algum dia, chegarem ao poder, como nos Açores, os seus privilégios, tudo o que beneficiaram injustamente, vai acabar", sustentou, para garantir: "Não são os subsidiodependentes que nos vão fazer parar!".
Dedo apontado à Câmara
Durante os cerca de oito minutos em que atirou à comunidade cigana, Ventura falou sempre com o esqueleto nas suas costas. A cortina só se fechou quando o líder do Chega começou a acusar Marcelo Rebelo de Sousa de andar com o Governo "ao colo". Um "boicote", alegou, mais tarde, a candidatura, apontando que o espaço é gerido por uma autarquia da CDU.
Antes, à entrada, o líder do Chega já tinha mandado os manifestantes "trabalhar". Tinha feito o mesmo nas redes sociais em relação ao protesto antifascista de manhã, em Lisboa, que juntou duas centenas de pessoas.
13214536