Padres imigrantes: "Temos outro pensamento e energia. Somos novidade"
Gerardo Angel e Massimiliano Arrigo são padres, imigrantes, já dominam a língua portuguesa e estão à frente de nove paróquias no Interior do país.
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São cinco da tarde, mas os termómetros teimam em não baixar dos 35 °C. A tarde é de verão em Constance, no Marco de Canaveses, onde junto ao renovado cartório paroquial e com a igreja de Santa Eulália ao fundo, espera-nos o padre Gerardo Angel, 38 anos, natural de El Salvador, na América Central. É um dos 16 padres estrangeiros na Diocese do Porto. Foi ordenado há três anos, no Porto, e tem a cargo cinco paróquias.
A responsabilidade a quintuplicar caiu-lhe nos braços em 2023, quando o padre de três freguesias - há mais de 45 anos-, morreu. "Foi muito duro e na altura também disse ao bispo que era um padre novo, não tinha experiência nenhuma", conta, justificando que partilha um secretário e um diácono com outro sacerdote para conseguir desdobrar-se pelas aldeias. "Durante a semana é menos complicado porque são paróquias pequenas, mas ao fim-de-semana é complicado e as pessoas não gostam da missa à tarde", acrescenta.