Para combaterem falta de nadadores-salvadores, há concessionários que contratam o serviço a empresas.
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Nos cerca de 40 quilómetros de costa, entre a Póvoa de Varzim e Gaia, a preocupação dos concessionários é conseguirem ter nadadores-salvadores suficientes nos areais. A solução passa por contratarem o serviço a empresas especializadas, mas a falta de profissionais tem feito os preços escalarem todos os anos.
Póvoa e Vila do Conde
Preço do serviço subiu para o dobro
Na véspera do arranque de mais uma época balnear, Bruxo Xavier, 46 anos, era ontem um dos poucos que já tinha o negócio montado na Póvoa de Varzim. Estreou-se na concessão da Praia do Leixão em 2020 e, por conta da pandemia, ultrapassou dois anos "muito difíceis". Daí que tenha a expetativa de que este verão vá "ser muito bom". Até porque "os lares e as escolas estão de regresso às praias". Este ano, na Praia do Leixão "serão 150 lugares e capacidade para 200". Todavia, ontem, o concessionário ainda não tinha "a certeza" se hoje iria ter um nadador-salvador. "É uma preocupação que não devia existir, mas são poucos os profissionais para tantos pedidos". O serviço é contratado a uma associação e lamenta que o preço este ano seja "o dobro". Na Praia Pôr do Sol Norte, nas Caxinas, com 60 barracas, também Cristiana Rocha referiu que tem o serviço de nadador-salvador "contratado a uma empresa", fazendo a sua concessão parte de "um plano integrado" que inclui a vigilância, por exemplo, "em moto-quatro". No fundo, o que paga à empresa "é um pacote onde estão incluídos os nadadores-salvadores", frisou. Por conta da sua escassez, Cristiana contou que nesta fase "foi dada prioridade às praias dos centros urbanos", estando previsto que o arranque da época noutros areais "menos procurados" será a 1 de julho.
Leça da Palmeira
Plano integrado "a meio gás"
Há 30 anos, havia 300 barracas na Praia de Leça da Palmeira, Matosinhos. Agora no areal concessionado pelo Bar do Óscar "serão umas 30, mas só em julho", disse Óscar Oliveira. Também ele aderiu à contratação de uma empresa para usufruir "de um plano integrado" de vigilância no areal, onde estarão "dois nadadores-salvadores". Para o concessionário, "a falta destes profissionais é um problema de nascença". E explicou: "Quem é que está disponível para trabalhar apenas três meses com este tipo de responsabilidade? Ninguém! Só mesmos os estudantes e são cada vez menos". À conta disso, também em Matosinhos o plano integrado arrancará a "meio gás", sendo dada primazia "às zonas mais urbanas", referiu o empresário.
Porto e Gaia
Molhe só após o S. João
Manda a tradição que a maioria das barracas da Praia do Molhe, na Foz, "só seja montada depois do S. João", contou ao JN Telmo Lopes. Mas ontem, já havia quem aproveitasse o bom tempo. Segundo o concessionário, desde 2017 que, juntamente com sócios, optou por contratar nadadores-salvadores a uma firma. "Temos de ter dois e, assim, é um descanso, porque inclusive é a empresa que se responsabiliza perante a Capitania", referiu Telmo. Pela praia de bandeira azul diz que paga "17 mil euros pelos três meses". Já na zona balnear de Miramar, com barracas, para-ventos e toldos, também a vigilância é assegurada "por uma associação", referiu Albano Novo, do Bar do Bano.
Viana do Castelo
Bandeiras azuis e álcool gel
Catorze praias marítimas com Bandeira Azul na região do Alto Minho, estão disponíveis para os banhistas, com vigilância, apoios de praia ou restrição relacionada com a pandemia. Desde a foz do rio Minho, em Caminha, a Castelo de Neiva e Amorosa, em Viana do Castelo, o acesso às zonas balneares é livre. Caminha terá ainda álcool gel à entrada, sinalização relativa aos níveis de ocupação da praia e pontos de água, para manter os níveis de limpeza do período pandémico. No litoral de Viana do Castelo, as praias vão ser vigiadas por 40 nadadores-salvadores.
Porto e Gaia
Contratar empresa
Na região de Aveiro, as praias de São Jacinto (Aveiro), Barra, Costa Nova (Ílhavo) e Vagueira (Vagos) estão a postos para o início, hoje, da época balnear. No entanto, a preparação do verão, este ano, contou com a falta de nadadores-salvadores. "Tivemos que fazer algumas adaptações nos dispositivos integrados de salvamento, principalmente nas praias da Barra e da Costa Nova, devido ao facto de haver alguma falta de nadadores salvadores. Mas não é nada que comprometa os níveis de segurança", garantiu Humberto Silva Rocha, capitão da Capitania do Porto de Aveiro.
*com Ana Peixoto Fernandes e Salomé Filipe