Apesar das várias tarjas colocadas deixarem bem expresso o descontentamento dos professores, o ano letivo começou, esta segunda-feira, com aparente normalidade em Braga. Os pais esperam que a luta dos docentes não comprometa as aprendizagens dos alunos.
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Tiago e Sara Silva chegam à Escola Básica 2/3 Frei Caetano Brandão poucos minutos antes das 8 horas para o primeiro dia de aulas do filho, que entrou agora para o 5.º ano de escolaridade. A mãe não esconde ter o “coração apertado”.
Sobre as greves anunciadas pelos professores, Sara mostra-se compreensão, mas pede que os alunos não sejam prejudicados. “Percebemos a luta, os professores estão a zelar pelos seus direitos”, diz ao JN, numa declaração corroborada pelo marido.
“Sabemos aquilo por que passam e compreendemos que protestem. Queremos que os nossos filhos tenham uma aprendizagem de qualidade e, por isso, não podem ser prejudicados”, frisa a mãe.
O sentimento é partilhado por outra encarregada de educação, Ancuta Pleisca, de nacionalidade romena, que está em Portugal há nove anos e vê agora a filha chegar ao 2.º ciclo. “Acredito que o ensino vai ser garantido e que as coisas vão correr bem”, perspetiva, otimista.
Algumas centenas de metros ao lado, na Escola Secundária de Maximinos, já não se nota tanto a presença dos pais, porque os alunos chegam a pé e até em táxis ou veículos identificados com a sigla TVDE.
Maria José é uma das exceções: acompanha o filho de 15 anos e fica junto ao gradeamento a vê-lo entrar, juntando-se aos novos colegas do 10.º ano. “São sempre momentos complicados, porque é o começo de uma nova fase”, admite, sem tempo para muitas mais palavras.
Também na Escola Secundária Dona Maria II ou na Escola Secundária Carlos Amarante, outros dois estabelecimentos escolares bracarenses onde o JN passou durante a manhã, o clima era de normalidade no dia que marca o início da primeira semana de aulas no país, para a qual o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.) convocou uma greve pela recuperação do tempo de serviço e contra o que dizem ser várias injustiças no setor.