Cecília vai dar entrada de uma terceira candidatura para habitação social. Mora na mesma casa que a cunhada e o irmão.
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Empregada doméstica. 51 anos. Dois filhos. Assim se pode resumir uma parte significativa da vida de Cecília. Mas as histórias são feitas de percalços e sobressaltos e esta não escapa a alguns tumultos. Separou-se do ex-companheiro, pai dos filhos, que lhe batia. Sempre trabalhou, mas não conseguiu continuar a pagar sozinha uma prestação bancária do crédito à habitação. Hoje continua à procura de uma solução, que só pode chegar por via da habitação social, tendo em contas as rendas elevadas. Vai dar entrada com uma terceira candidatura em Gondomar, com o aconselhamento do movimento Porta a Porta. As outras duas foram rejeitadas.
“Quando me perguntam: ‘Mas não tens 500 ou 600 euros para pagares a renda de uma casa?’ Eu respondo: ‘Tenho. Mas depois como pago a luz, a água e como alimento os meus filhos?’”, relata ao JN, sem conseguir conter as lágrimas. Desde que se separou do ex-companheiro, e ganhou força para terminar o suplício em que vivia todos os dias, tem sido difícil encontrar a paz, a estabilidade e um sítio a que possa chamar casa.