Os partidos, da Esquerda à Direita, defenderam que o Governo "chumbou" no exame do presidente da República. A IL foi a única força política a centrar a maioria dos seus reparos em Marcelo Rebelo de Sousa e não no Executivo.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, considerou que o veto presidencial à proposta de progressão nas carreiras docentes "atesta a incompetência do Governo" em resolver os problemas dos professores. Montenegro acredita que o seu partido está em melhores condições de lhes propor um modelo eficaz de progressão, desde que o Executivo forneça "elementos" que o permitam fazer.
"O sr. presidente, com o veto que exerceu, atesta a incapacidade e a incompetência do Governo em dar uma solução credível a este assunto", afirmou Montenegro, na Madeira. "Por outro lado, dá-nos ainda mais força para fazermos um apelo público ao dr. António Costa, que não consegue resolver o problema: dê-nos os elementos", apelou, referindo-se aos dados que permitem fazer cálculos e estimativas.
Caso o Executivo aceda, Montenegro fará uma “tentativa” de resolver o impasse que, acredita, “os professores poderão vir a aceitar”. Contudo, não se comprometeu com a reposição total do tempo de serviço, recusando promover uma governação “irresponsável”.
Esquerda avisa Costa
André Ventura, do Chega, defendeu que o Governo apresente uma "proposta de calendarização" da reposição faseada do tempo de serviço. Também referiu que o Executivo deve evitar "frustrar as expectativas" dos docentes.
Cotrim Figueiredo, da IL, disse estar perante "o último episódio da nova era de relacionamento" entre Belém e São Bento. Acusou Marcelo de querer privilegiar os professores, o que geraria uma "desigualdade de tratamento" na Função Pública. Concordou que o Estado deve "pagar melhor", mas só se houver “avaliação por mérito" e, visando o Governo, disse não ser "sério" debater este tema sem "mostrar as contas".
Pedro Filipe Soares, do BE, salientou que o presidente "chumbou [o ministro] João Costa", dizendo que ficou "exposta" a intenção do Governo de "criar uma guerra" contra os docentes.
Em comunicado, o PCP frisou que a posição de Marcelo "vai, na sua generalidade, ao encontro" da do partido, avisando o Governo de que "não é contra os professores que se defende a escola pública".