O presidente dos sociais-democratas pediu uma maioria parlamentar para a coligação PSD/CDS-PP, afirmando que toda a gente sabe o que isso é e que sem isso não poderá governar.
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"Se nós não tivermos neste parlamento que vai ser eleito pelos portugueses uma maioria para governar, não poderemos governar, porque não teremos sequer Orçamento, e isso significaria que o país voltaria ao tempo da crise política que só poderia ser resolvida novamente com eleições", afirmou Pedro Passos Coelho, num comício em Santa Maria da Feira, pedindo em seguida aos portugueses "uma maioria no parlamento".
Passos Coelho sustentou que, se não for alcançada uma maioria parlamentar, o atual secretário-geral do PS não deixará a coligação PSD/CDS-PP governar: "Depois de o doutor António Costa ter prometido chumbar o nosso Orçamento a seguir às eleições, nada o impedirá também de dizer que chumbará o nosso programa, porque não há peça mais importante de um Programa do Governo que não seja o seu Orçamento".
Segundo o presidente do PSD, "nestas condições, só há uma forma de o país se livrar da crise política, da instabilidade, da crise económica e financeira: é conferir a esta coligação uma maioria no parlamento".
Antevendo que os comentadores possam perguntar "porque é que ele não qualificou a maioria", Passos Coelho argumentou que nestes quatro anos quando se dizia "os partidos da maioria, aqueles que suportam o Governo no parlamento, a maioria que está no parlamento", toda a gente sabia o que estava em causa.
"Alguém aqui tem dúvidas sobre o que significa ter uma maioria no parlamento? Eu acho que os portugueses não precisam dessa explicação", considerou.
Passos Coelho discursava perante mais de cinco mil pessoas - numa sala com cerca de 520 mesas, a maioria delas com dez lugares - no Europarque de Santa Maria da Feira, o que qualificou de "mobilização histórica" nesta campanha para as legislativas de 4 de outubro.
Numa intervenção de cerca de meia hora, o presidente do PSD retomou a ideia de que há uma espécie de maioria silenciosa de apoiantes do atual Governo que se aperceberam de que não estão sozinhos.
"Cada vez mais somos mais a pensar que é preciso não ir já apenas contra a corrente, porque uma nova corrente se formou: a daqueles que descobriram que afinal não pensavam sozinhos, que estavam muito bem acompanhados pela maioria do país que achava que valia a pena continuar este esforço que nós fizemos e não pôr em causa os bons resultados", disse.
De acordo com o primeiro-ministro, "parece que durante muito tempo apoiar esta coligação e este Governo era errado, não era uma coisa que fosse vista como normal, era contra a corrente", mas "o preconceito de achar que o Governo nunca conseguiria levar o Governo a bom porto" foi superado.
"Nós sentimos que as pessoas se desinibiram e conseguem agora ter uma consciência mais aguda da importância do momento que se aproxima", prosseguiu.
"Vemo-las cada vez mais a pensar: o que é que tem de errado apoiar uma coligação e um Governo que afinal deu certo no país e deu bons resultados? O que não seria normal nem natural era que houvesse uma maioria no país que pensasse que o correto era apostar naqueles que tinham falhado e naqueles que tinham trazido a bancarrota em 2011", reforçou.
No final do seu discurso, pediu aos eleitores que "escolham uma maioria para Portugal".