Quando Joana Costa nasceu, já a União Soviética não existia há mais de uma década. Há cinco meses, em outubro, esta jovem estudante do ensino profissional de teatro aderiu ao PCP. Seduzida pela luta dos comunistas nas escolas, diz ser a prova de que a renovação geracional do partido está assegurada.
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Desagradada com as "condições das escolas, as turmas sobrelotadas e a falta de funcionários", Joana sentiu que o PCP era "o único partido que dava resposta" a esses problemas.
A frequentar o 12.º ano, viaja todos os dias do Seixal, onde mora, até à Secundária D. Pedro V, em Lisboa, num percurso que demora cerca de uma hora. "É a única secundária pública que tem o meu curso", lamenta.
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Joana rejeita a ideia de que o PCP tenha dificuldade em captar jovens. "Assim como me inscrevi, muitos outros o farão". E, garante, essa mudança até já começa a ver-se: "durante as presidenciais tivemos montes de inscrições", afirma. De igual modo, recusa que o partido não se saiba adaptar aos novos tempos, dizendo ver uma estrutura que "inova" mas que, ao mesmo tempo, "nunca se esquece de onde veio nem para onde vai".
PCP reúne "os netos dos antifascistas que o fascismo não conseguiu matar"
A jovem militante serve-se de uma frase celebrizada no início da pandemia para dizer que, atualmente, é claro que "não estamos todos no mesmo barco". Tendo isso em conta, é à Esquerda que encontra "soluções para uma vida melhor e digna".
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Quer "ter tempo para ter tempo" e poder desfrutá-lo também no lazer, na cultura e no desporto. E, "como mulher, estudante e jovem", é no PCP que encontra o espaço ideal para lutar contra "a discriminação, a exploração e a opressão".
Apesar de ser nova no PCP, Joana orgulha-se de pertencer a um partido transversal, que agrega desde os mais velhos "aos netos dos avós antifascistas que o fascismo não conseguiu matar". Sonha com um país em que se trabalhe para viver "ao invés de se viver para trabalhar".