Jerónimo de Sousa quer que os comunistas se mobilizem para dinamizar a "ação de massas" e para o "trabalho de contacto para as listas e apoiantes" para as autárquicas de outubro. São precisos novos militantes e reforçar a autonomia financeira do partido, disse.
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Na tarde deste domingo, no Porto, o secretário-geral comunista recordou os objetivos definidos no XX congresso do Partido Comunista Português (PCP) e definiu como fundamental o reforço da organização e das estruturas do partido, que permita melhorar a "capacidade de direção e a responsabilização geral de quadros".
Para isso, será preciso "continuar o trabalho de recrutamento e integração de novos militantes", a par da ação política, disse, num pavilhão completamente cheio da Secundária Carolina Michaëlis, Porto, num comício comemorativo do 96º aniversário do partido.
Antes, já Alexandra Pinto, da Juventude Comunista Portuguesa, tinha concretizado o objetivo de lançar "uma campanha de recrutamentos de 500 novos militantes até ao congresso". Da parte da Juventude, serão contactados "milhares de jovens" do Porto, sendo que, só no distrito, já 68 se tornaram militantes, desde dezembro do ano passado.
Além da captação de novos militantes, Jerónimo de Sousa salientou ainda a necessidade de aprofundar o trabalho dentro das empresas, ao constituir novas células ou reforçar as existentes, e de "assegurar a independência financeira" do partido. Apelou por isso ao "pagamento regular das quotas e à sua atualização, a dinamização de campanhas de fundos, bem como com à concretização do princípio de os eleitos são serem beneficiados nem prejudicados no exercício das suas funções".
PCP salienta identidade própria
No seu discurso, Jerónimo de Sousa voltou a protestar contra o uso de expressões como "Governo das esquerdas" para reafirmar que a CDU só apoia os socialistas na parte que toca à reposição de direitos e rendimentos, "mantendo o PCP a sua independência" e "o caráter diferenciador das suas propostas e opções".
Com as eleições autárquicas a pouco mais de meio ano de distância, Jerónimo de Sousa assumiu o PCP como "uma alternativa clara e assumida" a todos os outros partidos, de direita ou de esquerda.
No seu discurso, o secretário-geral também insistiu na necessidade de renegociar a dívida externa portuguesa, que impede o necessário investimento, de sair da moeda única e dos constrangimentos de défice público impostos pela legislação comunitária.