O socialista acusou o Governo da AD de gastar o excedente orçamental e de andar a "cortar fitas" de obras lançadas pelos Executivos do PS. "Não reúne as qualidades para poder ser primeiro-ministro", atirou. No Porto, Pedro Nuno Santos disse que um líder deve ser "transparente" e "não pode querer enganar as pessoas".
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A chuva deu tréguas e André Sardet o mote. Na praça Humberto Delgado - o general sem medo -, em frente à câmara municipal do Porto, o PS chamou à capital de distrito os 18 candidatos aos municípios da região, mas a iniciativa mais serviu de rampa de lançamento de Pedro Nuno Santos às legislativas, com Luís Montenegro sempre na mira.
Perante milhares de militantes, o secretário-geral do PS voltou lembrar que a responsabilidade da crise política é "apenas e só do primeiro-ministro" e criticou o último ano de governação. "Quando o atual governo tomou posse, apressou-se a gastar o excedente deixado por nós. E depois de consumir as poupanças herdadas do passado, o governo de Luís Montenegro pouco mais tem feito do que cortar as fitas de muitas obras lançadas pelos executivos anteriores", referiu, vincando que o "governo não está a transformar o país, está a travá-lo".
Há um julgamento a fazer
Ao lado de Manuel Pizarro, candidato à câmara do Porto pela terceira vez, e com Augusto Santos Silva e José Luís Carneiro na plateia, o socialista notou que só uma minoria beneficia desta "falta de visão" e de "competência" do Executivo e que para a maioria da população restam, apenas, "migalhas". Já virado para Montenegro, o líder do PS referiu que o governante "esgotou a confiança dos portugueses" e disse que há um julgamento a fazer sobre a sua "idoneidade, credibilidade e confiança" que merece dos portugueses.
"Luís Montenegro não reúne as qualidades para poder ser primeiro-ministro. Um líder político tem a obrigação de ser transparente, de não fugir ao escrutínio, deve ser humilde, de saber assumir os seus erros e, acima de tudo, não pode querer enganar as pessoas", acrescentou.
"Atrapalhado com as folhas dos candidatos"
Quanto aos candidatos socialistas às autarquias do distrito do Porto, há novas apostas. João Paulo Correia, ex-secretário de Estado do Desporto, é candidato a Gaia, José Manuel Ribeiro deixa a câmara de Valongo para se candidatar à Maia e Luís Filipe Araújo é a aposta para substituir Marcos Martins em Gondomar.
Manuel Pizarro apontou que o PSD anda "atrapalhado com as folhas dos candidatos" às autárquicas e criticou a ausência de um candidato laranja à autarquia do Porto. "Tem que empurrar alguém porque ninguém se oferece", referiu.
O ex-ministro da Saúde clarificou que está totalmente focado na candidatura à autarquia e lembrou que, enquanto assumiu funções governativas, trouxe para o Porto a direção-executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como o papel importante que desempenhou na concretização da Ala Pediátrica do São João. Deixou elogios a Pedro Nuno Santos, que considerou ser o homem certo para ser primeiro-ministro, mas deixou um aviso. "Não vai ter a vida fácil com os autarcas do Porto", aludindo que é necessário continuar a "aprofundar o caminho da descentralização".