O secretário-geral do PS disse, este sábado, que o país “parece um bar aberto no Estado português”, referindo-se aos autarcas do PSD que foram liderar organismos públicos, num discurso em Bragança, onde participou na apresentação dos candidatos aos municípios deste distrito transmontano.
Corpo do artigo
O líder socialista acusou o PSD “de usar bem estes 10 meses, mas para tratar da vida dos seus autarcas em final de mandato”, que está a "colocar no aparelho do Estado”. “Vocês aqui sabem bem, Bragança e Vimioso pelo menos”, apontou. “O PSD usa, e tem usado o Estado para tratar de problemas partidários e para se prepararem para as eleições autárquicas. Usam e instrumentalizam o Estado em benefício do seu partido, mais de um terço dos autarcas em final do terceiro mandato já foram colocados no aparelho do Estado porque estão no final do terceiro mandato e não se podem recandidatar e queriam que o número dois avançasse já para se preparar para as eleições autárquicas”, explicou à assistência que encheu o auditório do Nerba-Núcleo Empresarial de Bragança.
“Presidente da Câmara de Esposende foi para o Instituto da Habitação, foi presidente de uma cooperativa e fez dois contratos de ajuste direto com a sociedade de advogados do primeiro-ministro, que o convidou para presidente do IRU. Presidente da Câmara de Faro, no final do terceiro mandato, Águas do Algarve; presidente da Câmara de Fronteira, Agência Portuguesa do Ambiente; Cadaval foi para vice-presidente da CCDR do Vale do Tejo; Mação [para] CCDR Centro; Vimioso para a Segurança Social de Bragança; Santarém para presidente do Instituto do Desporto e continuávamos. Puseram alguns nas administrações dos hospitais”, descreveu.
Mas o caso mais caricato “para perceber a utilização do Estado para resolverem problemas deles”, disse Pedro Nuno Santos, é Penafiel, onde o presidente da câmara está em final de mandato, “mas o líder do PSD de Penafiel queria ser novamente candidato à câmara, e o presidente da câmara em exercício queria que fosse o seu vice-presidente. O PSD escolheu o presidente anterior e o atual vice-presidente disse que seria candidato independente. O PSD percebeu que tem um problema em Penafiel e o primeiro-ministro resolveu convidando o líder do PSD de Penafiel para secretário de Estado da Cultura e o independente vai ser agora candidato do PSD ”, explicou.