No debate televisivo com Mariana Mortágua, Pedro Nuno Santos apelou a que não se dispersem votos à Esquerda porque só a vitória do PS permite uma alternativa à AD, tendo a coordenadora do Bloco criticado que a “bala de prata” do líder socialista seja Luís Montenegro.
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Na estreia de ambos nos frente a frente para as legislativas, os temas relacionados com habitação, defesa e imigração marcaram as principais diferenças entre os dois líderes, que concordaram nas críticas ao que consideram ser a inação do Governo português perante as tarifas comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Na reta final do debate realizado na SIC, o tema da governabilidade vincou duas visões distintas, com Pedro Nuno Santos a afirmar que “só haverá alternativa à AD se o PS vencer estas eleições”. “Quero pedir ao povo português e aos eleitores que votam à Esquerda para não dispersarem votos porque nós hoje podíamos ter um Governo do PS e não ter a AD a governar, se não tivesse havido a dispersão de votos que tivemos há um ano”, apelou, recordando que o Partido Socialista perdeu as legislativas do ano passado por cerca de 50 mil votos e o BE teve nessas eleições cerca de 280 mil votos.
Na resposta, Mariana Mortágua contrapôs esta ideia, sublinhando que o “primeiro lugar não determina nada”. “Aquilo que Pedro Nuno Santos está a dizer quando diz que quer ser o mais votado e que espera uma viabilização do PSD é que tem uma bala de prata. Essa bala de prata é Luís Montenegro”, criticou.
Segundo a líder bloquista, o líder do PS está à espera que o primeiro-ministro, que todos os dias acusa de “não ser confiável”, lhe “dê a confiança para governar com base no seu apoio”. Sobre a disponibilidade do Bloco de Esquerda para um acordo pós-eleitoral, como a célebre “geringonça” de 2015, Mortágua respondeu que “há sempre”.