O secretário-geral socialista acusou, este sábado, o Governo de estar a fazer o Orçamento do Estado durante a campanha para as europeias, pedindo que ninguém se engane porque "não há qualquer procura de dialogo sério com a oposição".
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Pedro Nuno Santos discursou hoje no comício das europeias que decorreu na Alfândega do Porto, tendo insistido que o problema deste Governo "não é nem a quantidade nem a velocidade a que apresentam medidas", mas sim "a qualidade das medidas que apresentam e que são erradas".
"Aquilo que nós temos assistido é um conjunto de medidas que normalmente eram antecipadas um dia, dois dias, uma semana ou duas semanas do Orçamento do Estado. As medidas fiscais, elas estão a ser antecipadas vários meses", referiu.
Segundo o líder do PS, o Orçamento do Estado "está a ser feito durante a campanha para as europeias". "E que ninguém se engane: não há qualquer procura de dialogo sério com a oposição, pelo menos connosco com não há", indicou, dando como exemplos as medidas sobre a habitação e sobre a política migratória.
Para Pedro Nuno Santos, "não há verdadeiro diálogo com a oposição, há simulação de diálogo com a oposição". "É por tudo isto que é tão importante ganharmos estas eleições", salientou.
O secretário-geral socialista apontou que a luta é a mesma, seja em Portugal, seja em Bruxelas, e deixou claro "ser socialista ou ser AD não é a mesma coisa". "Dia 9 temos que ir votar", pediu.
No arranque da intervenção, Pedro Nuno Santos elogiou a "relação de profunda empatia, mas de humildade" que Marta Temido tem com os portugueses e que tem sido, na sua opinião, muito evidente na campanha.
"Os nossos adversários criticam-nos porque eu ando muito na campanha. Eu sou secretário-geral do PS. Há uma coisa que os nossos adversários ainda não perceberam sobre o PS: o PS é uma comunidade onde todos se mobilizam para apoiar todos", disse, numa resposta sobre as críticas que têm vindo da AD da sua presença diária na campanha.
O líder do PS enfatizou que "ninguém anda aqui sozinho" e que o PS é "uma comunidade, sempre foi, sempre será".
De acordo com Pedro Nuno Santos, o combate do PS contra o racismo, contra a xenofobia e pela igualdade é uma constante. "Um socialista nunca hesita, nunca hesitou na luta pela liberdade e pela paz", enfatizou, dando como exemplo a Ucrânia ou a Faixa de Gaza.
Voltando a uma linha de que socialistas e a direita veem a vida de uma "forma diferente", o líder do PS voltou a apontar ao primeiro-ministro por não falar de economia. "Uma torrente de medidas, zero sobre como pôr a economia a crescer", acusou.
Quer que Governo esclareça se empresa privada esteve envolvida no plano da saúde
O secretário-geral do PS perguntou ao Governo se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do SNS teve acesso. "Há uma pergunta que, já agora, gostaria de fazer ao Governo: aparentemente, tiveram a consultoria de uma empresa privada - eu digo aparentemente, por isso é que é uma pergunta - se este plano de emergência da saúde foi construído pelo Ministério da Saúde em parceria com alguma empresa privada", questionou Pedro Nuno Santos na reta final da sua intervenção no comício das europeias que hoje decorreu no Porto.
Segundo o líder do PS, "aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas", e não se sabe "até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde". "Queremos começar desde logo por aqui porque se existe transparência, a transparência que se exige sistematicamente ao PS e à governação do PS: Este plano foi feito ou não com a cooperação de uma empresa privada na área da consultoria de saúde, de que forma é que essa empresa foi contratada, a que informação do SNS ela teve acesso", questionou o líder socialista.