Quebra maior nas centrais fotovoltaicas registada no pico do evento, a 16 de março.
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Além do impacto na saúde, por via da deterioração da qualidade do ar, o fenómeno de poeiras em suspensão oriundas do Norte de África, cobrindo os céus durante três dias, afetou também a produção de energia solar em Portugal. Estimando-se uma redução de cerca de 50% face aos valores previstos para aquele período.
De acordo com informação disponibilizada ao JN pela REN - Redes Energéticas Nacionais, o maior impacto sentiu-se no dia 16 de março, quando aquele evento natural atingiu o seu pico, com uma redução estimada na produção fotovoltaica de 72%. Para o primeiro dia (15), a REN projeta uma quebra de 52%, e para o último (17) de 23%.
Só no dia 16, para uma produção média expectável em março de 6,6 Gigawatt-hora (GWH), a produção fotovoltaica foi de 1,0 GWh. Nos dias 15 e 17, respetivamente, a produção foi de 3,1 GWh e 3,3 GWh. Sublinhando a REN que "os valores verificados são ainda parcialmente estimados", na medida em que não tinham recebido "as contagens de todos os produtores".
Peso de 3,9% no consumo
No mês passado, a energia fotovoltaica representou 3,9% do consumo, quando em período homólogo do ano passado havia sido de 1,4%. Sendo que o seu peso na energia renovável representava, em fevereiro, 10,6%, quase sete vezes mais face há um ano.
De acordo com a informação da REN, atualmente, são cerca de 32600 "as instalações fotovoltaicas que vendem energia à rede pública". Numa potência ligada à rede de 1480 Megawatts.
Recorde-se que, entre os dias 15 e 17 de março, toda a Península Ibérica foi assolada por poeiras em suspensão vindas do Norte de África devido a um fluxo de sul induzido pela depressão Célia. Nos primeiros dois dias, a maioria das estações de monitorização da qualidade do ar esteve no seu pior nível - Mau - no que à concentração de partículas PM10 diz respeito. Com estações a registarem concentrações dez vezes acima do limite diário de 50 microgramas por metro cúbico definido por diretiva europeia.