Polémica com ex-CEO prova que Pedro Nuno geriu TAP com "enorme ligeireza", diz PSD
O vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, reagiu com "espanto" ao facto de os advogados da TAP afirmarem, "de forma categórica", que a ex-CEO trabalhava de forma "ilegal" na empresa. No entender do social-democrata, a situação prova que Pedro Nuno Santos geriu a TAP "com enorme ligeireza, no mínimo".
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"A ex-CEO da TAP foi-nos apresentada por Pedro Nuno Santos como uma grande contratação do Governo", começou Pinto Luz por lembrar, esta quarta-feira, numa conferência de imprensa marcada para o efeito. Christine Ourmières-Widener, recorde-se, saiu em litígio com a empresa e pede quase seis milhões de euros de indemnização.
O social-democrata afirmou ter recebido com "espanto" a notícia de que, segundo a defesa da TAP, Ourmières-Widener era afinal, "imagine-se, uma trabalhadora ilegal". Nesse sentido, disse só ver uma saída: o novo líder do PS e ex-ministro das Infraestruturas tem de deixar de "fugir" do tema e vir explicar por que motivo gere a coisa pública com tanta "ligeireza".
"A TAP e, consequentemente, o Estado, assumem que Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas, permitiu que a companhia fosse gerida por uma CEO em situação ilegal", apontou o vice-presidente do PSD.
Pedro Nuno é um político "que concretiza"? Rótulo "tem de ser desmascarado"
Pinto Luz prosseguiu o ataque ao líder socialista: "A leveza e a informalidade são uma marca inseparável de Pedro Nuno Santos. O PS pode tentar pintá-lo como um grande fazedor, um grande decisor mas, invariavelmente, as ações de Pedro Nuno Santos acabam em recuos, em faturas pesadas para o contribuinte em como neste caso, em processos judiciais", sustentou.
O dirigente laranja insistiu que o "rótulo" de "homem que concretiza" - a que Pedro Nuno tem procurado associar-se, rechaçando as críticas à sua atuação enquanto ministro - "tem de ser desmascarado". Acusando-o de tratar "sem responsabilidade" os 3,2 mil milhões de euros de dinheiro público injetados na TAP, Pinto Luz prometeu "rigor", "responsabilidade" e "moral" na gestão das contas do país caso o PSD chegue ao poder.
Procurando realçar a gravidade da alegada situação ilegal de Ourmières-Widener na TAP, o "vice" de Luís Montenegro lembrou que a ex-CEO "recebeu o devido ordenado todos os meses". Quanto à eventualidade de o salário da gestora poder ter sido "superior ao legalmente permitido", Pinto Luz frisou que Pedro Nuno também "nada fez".
O vice-presidente do PSD vincou que Christine Ourmières-Widener foi contratada pelo Governo para "revolucionar" a gestão da TAP. Procurou mostrar a proximidade entre esta e os socialistas, recordando que a gestora chegou a ter uma reunião secreta com deputados do PS e "trocava Whatsapps com os governantes do momento", até ter sido "despedida em direto pelo Governo".
Esta terça-feira, a TAP acusou a ex-CEO de ter violado o regime de exclusividade a que estava obrigada, por ter acumulado vários cargos noutras empresas sem informar. Esta quarta-feira, a companhia alegou também que Ourmières-Widener ocultou o acordo que valeu 500 mil euros de indemnização à antiga administradora Alexandra Reis.