Sentem-se destratados e desconsiderados na sua missão, vestidos de farda, em representação do Estado. Há cirurgias, abalos emocionais, baixas médicas, para contar. É como um iceberg: o que não se vê é muito maior do que o que está à mostra.
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Um agente da autoridade leva um soco na cara à porta de uma urgência. Outro leva um murro, cai, é esmurrado no chão à entrada de um hospital - e ninguém se mete. Outro é mordido no braço e fica com o ligamento do osso de um dedo rasgado num hipermercado. Uma mulher é empurrada e ameaçada de morte num café.
A situação foi relatada em jornais e telejornais. Oito de julho do ano passado, à porta da urgência do Hospital de Viseu, está um polícia em serviço, um homem sai disparado em sua direção com a mãe a tentar agarrar-lhe o braço, para evitar uma desgraça, não consegue, avisa que o filho quer matar o agente. O polícia está sozinho, recua, recua uns 40 metros até que decide atuar. O gás pimenta não funciona, não percebe porquê, a botija de gás está cheia, insiste, olha para a patilha de segurança e, nesse momento, é agarrado. “O indivíduo alcança-me com a mão direita, agarra-me a parte de trás da cabeça, dá-me um soco violento no lado direito com a mão esquerda, caí no chão.” O agressor tem 1,92 metros de altura, o polícia 1,66.