A Direção Nacional da PSP proibiu os polícias de participarem na tomada de posse do novo Comando Nacional de Bombeiros, agendada para este sábado à noite, no Pinhal Novo. Este comando foi criado por proposta da Liga dos Bombeiros Portugueses, mas não tem a anuência do Ministério da Administração Interna, que lembra não ter enquadramento legal.
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A ordem que proíbe os agentes de participarem na tomada de posse do novo Comando Nacional dos Bombeiros foi enviada por escrito aos comandos da polícia, na sexta-feira, pelo Centro de Comando e Controlo Estratégico da Direção Nacional da PSP.
O documento, a que o JN teve acesso, informa que "é proibida a presença de qualquer polícia na 'Tomada de Posse do Comando Nacional de Bombeiros'", devendo esta informação "ser difundida por todo o efetivo policial". A ordem foi dada pelo diretor nacional adjunto da PSP, o superintendente-chefe Constantino José Mendes de Azevedo Ramos.
A tomada de posse do novo Comando Nacional de Bombeiros é este sábado às 21 horas nos Bombeiros Voluntários do Pinhal Novo, em Palmela. O novo comando é uma das principais reivindicações da Liga dos Bombeiros Portugueses (LPB) desde há vários anos. No último ano, esta estrutura tentou obter o apoio do Ministério da Administração Interna e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, mas não lhe foi dada autorização.
Como tal, a Liga dos Bombeiros Portugueses promoveu a criação do Comando Nacional, de caráter voluntário, e os órgãos foram eleitos. José Beleza, dos bombeiros de Barcelinhos, é o diretor. Tem como adjuntos o comandante de Ourém, Guilherme Isidro, para a área de planeamento e operações, e o comandante de Vale de Cambra, Vítor Machado, para a área de logística e administração.
Ao JN, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Santos confirmou que a comunicação a proibir a presença de polícias na tomada de posse "existiu mesmo", mas desconhece as razões que levaram à proibição.
Por sua vez, a Liga dos Bombeiros Portugueses recusou comentar o assunto pois "não se imiscui nos assuntos da PSP", disse ao JN fonte oficial.
Contactado pelo JN, o Ministério da Administração Interna recusou comentar o assunto e a Direção Nacional da PSP, igualmente contactada, não respondeu até ao momento.
Recorde-se que, tal como o JN escreveu na quinta-feira, o Governo discorda da criação desta estrutura e lembra que não tem enquadramento na Lei de Bases da Proteção Civil.