Portugal foi o sétimo país da União Europeia (UE) a conceder mais autorizações de residência a cidadãos extra-comunitários em 2021, tendo atribuído 84 805 vistos. O número situa-se abaixo dos 93 mil de 2019 - o último ano antes da pandemia -, mas é já ligeiramente superior face aos 84 397 registados em 2020.
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Portugal foi o sétimo país da União Europeia (UE) a conceder mais autorizações de residência a cidadãos extra-comunitários em 2021, tendo atribuído 84 805 vistos. O número situa-se abaixo dos 93 mil de 2019 - o último ano antes da pandemia -, mas é já ligeiramente superior face aos 84 397 registados em 2020.
Segundo o Eurostat, a maioria das autorizações (45,6%) foi concedida a quem se candidatou por motivos de trabalho. Os cidadãos oriundos do Brasil receberam a maior parte (46,5%), com os indianos a suplantarem os angolanos e restantes PALOP.
No que toca ao número de vistos concedidos por 1000 habitantes, Portugal ocupa o oitavo lugar do "ranking", com 8,2 autorizações em cada milhar de população.
A média da União é 6,6, sendo que os dois países mais populosos - França e Alemanha - estão entre os cinco com valores mais baixos (4,2 e 2,2, respetivamente). Malta (27,7), Polónia (25,6) e Chipre (24,6) ocupam o topo desta contagem.
Portugal lidera no número total de vistos concedidos, se se analisarem apenas os sete Estados-membros com entre 9 e 11 milhões de habitantes. A Suécia é o país que mais se aproxima (84 033 autorizações emitidas em 2021), com a Grécia no último lugar (22 905).
Índia supera Angola
A maioria das licenças de residência atribuídas por Portugal, no ano passado, a imigrantes ou requerentes de asilo foi conferida a cidadãos brasileiros, que representam 46,5% do total. Segundo os dados esta terça-feira publicados pelo Eurostat, os indianos vêm em segundo lugar (7 407 vistos, correspondentes a 8,73%) e os angolanos em terceiro (4 597, que equivalem a 5,42%).
O número de indianos acolhidos por Portugal em 2021 não é particularmente elevado, mas só seis Estados-membros receberam mais imigrantes com essa proveniência. Grande parte dos indianos deu entrada em Itália - 12 771, apenas mais 5 300 do que os que escolheram Portugal.
Das 84 805 autorizações de residência concedidas por Portugal em 2021, a maior fatia (38 659, 45,6%) prendeu-se com motivos de emprego. Seguiram-se as razões familiares (29 516, ou 34,8%) e, em terceiro lugar, os estudos (10 919, ou 12,9%).
Houve, ainda, 5 711 vistos (6,7%) não categorizados. O número de licenças de residência atribuídas no país no ano passado foi o segundo maior desde 2012, apenas superado pelas 93 475 de 2019. Em 2018, tinham rondado as 62 mil e, antes disso, variaram entre as 26 mil (registadas em 2016) e as 34 mil (no ano seguinte).
Ao nível da UE, foram concedidos 2 952 milhões de autorizações de residência em 2021. Representa uma subida de 31% face a 2020, o que fez com que a quantidade de vistos atribuídos chegasse a níveis pré pandemia (2 955 milhões em 2020).
Dados na União Europeia
Polónia recebe mais
A Polónia emitiu um terço de todas as primeiras autorizações de residência concedidas na UE a cidadãos não comunitários (967.300, ou 33% do total, a maioria ucranianos). Seguiram-se Espanha (371 mil, ou 13%) e França (285 mil, ou 10%).
Alemanha fecha porta
O maior aumento face a 2020 aconteceu em Itália (159%, de 105 mil para 274 mil). As únicas descidas ocorreram na Alemanha (menos 41%, de 312 mil para 185 mil), Lituânia (menos 0,7%) e Croácia (menos 0,4%).
Pedidos da Ucrânia
Embora os dados sejam de 2021 (pré-guerra da Ucrânia), os ucranianos foram quem recebeu o maior número de licenças (875 mil). Seguiram-se os marroquinos (150 mil) e os bielorrusos (149 mil).