O Ministério da Saúde anunciou hoje, quarta-feira, o cancelamento da encomenda de dois milhões de vacinas contra a gripe A (H1N1), de um total de seis milhões que tinham sido reservadas.
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Dos seis milhões de vacinas encomendadas, já chegaram a Portugal 1,6 milhões, tendo já sido administradas cerca de 500 mil, disse à Lusa fonte oficial.
Depois de definidos os grupos de risco, Portugal encomendou seis milhões de doses de vacinas para a Gripe A, com o objectivo de vacinar 30 por cento da população (três milhões de Portugueses) seguindo as recomendações da Organização Mundial de saúde (OMS) de duas doses da vacina por pessoa.
Posteriormente, a OMS alterou esta indicação, anunciando ser suficiente uma dose para protecção contra o vírus H1N1.
"Por este motivo, Portugal iniciou negociações com a empresa farmacêutica à qual foram encomendadas as vacinas [GlaxoSmithKline], de forma a não receber a percentagem de vacinas que presentemente não são necessárias", explicou a mesma fonte, confirmando uma notícia hoje avançada pela SIC.
Para já, foram canceladas dois milhões de vacinas, mas ainda prosseguem as negociações entre o Ministério da Saúde e o laboratório.
A fonte salientou que Portugal foi um dos países da Europa que encomendou as vacinas com "maior racionalidade", tendo em conta os grupos de risco identificados inicialmente e que "a realidade tem demonstrado serem a população mais susceptível ao H1N1".
A vacinação dos grupos de risco para o H1N1 continua a ser um objectivo do Ministério da Saúde. O vírus da Gripe A já foi responsável pela morte de 98 pessoas em Portugal, 30 das quais no último mês.
Uma percentagem muito elevada destes óbitos ocorreu em doentes de risco que não se vacinarem podendo tê-lo feito, refere o Ministério da Saúde, lembrando que as pessoas devem continuar a vacinar-se, ficando desta forma protegidas para o próximo inverno.
Entretanto, Portugal aguarda a definição da OMS sobre o vírus da gripe do próximo inverno, que determinará a próxima vacina sazonal.