O candidato presidencial Marques Mendes saudou, este domingo, a decisão de Portugal em reconhecer o Estado da Palestina, alinhado na mesma ocasião com França, Reino Unido e Canadá, considerando que o mais importante é o passo que é dado.
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Luís Marques Mendes falava aos jornalistas à margem de uma visita à Feira de Luz, em Carnide, Lisboa, que decorre até final do mês.
Questionado sobre o facto de a AD estar dividida sobre o reconhecimento da Palestina, o candidato a presidente da República referiu que tal "não impede qualquer decisão do Governo". Portanto, "é uma questão de gestão dos dois partidos, não me vou meter nessa questão", afirmou.
"Acho que é mais importante nesta altura saudar a decisão. Eu acho que esta decisão de reconhecimento do Estado da Palestina devia ser feita no quadro da União Europeia, isso era o ideal", prosseguiu. "Não sendo possível no quadro da União Europeia, porque a União Europeia se divide, acho que Portugal faz bem em alinhar na mesma ocasião com países como a França, como o Reino Unido, como o Canadá ou como a Austrália", considerou.
O candidato referiu ainda que "esta decisão é importante porque é simbolicamente uma aposta a maior visibilidade, dignidade e legitimidade do povo palestiniano no quadro internacional e pode ser um passo que venha a ajudar um processo de paz construído na base da ideia de dois Estados". "Portanto, para mim, acho que o mais importante é o passo que hoje é dado", rematou.
Quanto ao artigo publicado pelo antigo presidente da República Aníbal Cavaco Silva sobre a escolha do próximo chefe de Estado, Marques Mendes considerou um "um excelente artigo", classificando-o de bem pensado, bem escrito e bem fundamentado. "Acho que traça um perfil daquilo que deve ser o presidente da República que me parece corretíssimo. Por isso só posso dizer que estou em sintonia com o artigo", acrescentou.
Questionado sobre se não sentiu falta de apoio da parte de Cavaco Silva, Marques Mendes foi perentório: "Não, senti-me muito confortável até com o artigo, muito confortável". "Tenho uma total sintonia no perfil que define do presidente da República, ainda por cima vindo de alguém que conhece bem a função", disse.
Instado a comentar a troca de palavras entre o líder do Chega, André Ventura, que também é candidato presidencial, e o autarca de Oeiras, Isaltino Morais, Marques Mendes escusou-se a pronunciar-se sobre questões que considera serem "de caráter partidário". "Não é que não tenha a minha opinião, mas às vezes há coisas que se pensam e não se devem dizer", prosseguiu.
André Ventura "quer representar uma parte dos portugueses", disse, referindo que, pelo contrário, pretende "representar todos os portugueses" e, por isso, a sua candidatura "é radicalmente diferente porque é a candidatura contra o radicalismo, pelo centro, pelo equilíbrio, pela moderação e pela sensatez", sintetizou.
Questionado sobre o que representam para si as várias candidaturas à direita, Marques Mendes considerou que são um desafio ainda maior". "Considero isso pela positiva e não pela negativa", adiantou, sublinhando que "os partidos não são donos dos eleitores, cada eleição é uma eleição", disse, referindo que até ao momento está confortável.
Recordou que quando avançou com a sua candidatura havia um candidato que tinha 21 pontos percentuais à sua frente. "As últimas sondagens agora dizem que há um empate técnico entre eu e esse candidato, só posso estar confortável e satisfeito", concluiu Luís Marques Mendes.