O presidente da Câmara de Gaia acompanha a posição do seu homólogo portuense e afirma "rejeitar liminarmente" um cordão sanitário no Porto.
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Ouvido pelo JN, Eduardo Vítor Rodrigues, que também é presidente do Conselho Metropolitano do Porto, diz ter sido "surpreendido" pelas declarações da diretora-geral da Saúde sobre a hipótese de ser criada uma cerca sanitária na Invicta. "Fomos todos surpreendidos com esta ideia completamente despropositada", sublinha o autarca, lamentando que a medida tenha sido equacionada "nas costas dos municípios", que, vinca, "não merecem este tipo de tratamento".
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"Só quem não conhece a relação de interdependência entre cidades na Área Metropolitana do Porto é que pode achar que é uma medida que se justifique. É um disparate e não é tecnicamente viável. Desde logo, porque mais de 50% dos médicos do Hospital de S. João não são do Porto", refere o autarca gaiense.
"Estamos a falar da cerca a uma cidade que confina com Gaia e Matosinhos, com quem tem uma relação de total interdependência", destaca.
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"Não é uma questão de rejeição por discordância, mas porque é absolutamente ineficaz, inútil e geradora de pânico. Sobretudo, quando as coisas estão a correr bem do ponto de vista do comportamento das pessoas", argumenta Eduardo Vítor Rodrigues.
"O Cerco do Porto já lá vai e não é a Covid-19 que o vai fazer. Sugeria que a senhora diretora-geral [da Saúde] se concentrasse no reforço do número de testes [ao novo coronavírus], que isso, sim, ajuda as pessoas. Sugeria que aplicasse a mesma intensidade de testes na Área Metropolitana do Porto que está a aplicar em Lisboa, porque o peso das IPSS na AMP é muito maior do que no resto do país, e os lares estão a viver problemas muito sérios", sublinhou o autarca.