Presidente da República apoia dever de confinamento nas 19 freguesias de Lisboa
Perante o número de novos casos de covid-19 por dia que se têm vindo a registar na região de Lisboa, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu, esta quinta-feira, apoiar a decisão do Governo.
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Admitindo que as condições no país em geral "permitem que se aligeire" o confinamento no contexto atual de pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que, havendo uma área onde, nos últimos dias se tem verificado um aumento de casos de covid-19, as medidas "têm de ser mais apertadas".
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"É uma ideia que corresponde ao que tem vindo a ser defendido pelos especialistas: medidas específicas para situações específicas", justificou Marcelo, à margem de uma visita aos centros sociais do Porto, assumindo ter tido conhecimento prévio da intenção do Governo em impor o dever de confinamento em 19 freguesias da região de Lisboa e explicando que "aquilo que terá pesado na decisão é que as medidas são suficientes e que estamos perante uma população que nunca deixou de trabalhar".
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Dois milhões de portugueses afetados
No final da visita ao centro social de S. Roque da Lameira, em Campanhã, no Porto, Marcelo Rebelo de Sousa quis relembrar que "esta pandemia ataca todos, mas sobretudo os mais vulneráveis".
"Quando olhamos para os números vemos que os surtos aparecem em bairros ou comunidades que menos têm e mais sofrem. Que trabalharam todo o tempo enquanto os outros estavam confinados", alertou o presidente da República, realçando que "este é um combate muito difícil, mas feito por aqueles que mais precisam".
Marcelo justificou ainda a sua vontade em visitar os centros sociais do Porto por ter sido onde deu início ao seu mandato, há cinco anos. "Quis que fosse, do início ao fim, um mandato preocupado com os sem-abrigo, com os cuidadores informais", explicou, alertando para os "dois milhões de portugueses que vivem em situação de dependência".
"Aqueles que perderam o emprego já são cem mil", realça Marcelo, referindo os inúmeros postos de trabalho perdidos que não entram nesse número "porque eram precários".
O presidente da República lamentou ainda a situação "dos idosos, dos jovens e das crianças, que têm menos hipótese de olhar para o futuro".