O primeiro-ministro, António Costa, garantiu no parlamento que o Governo não tenciona aumentar a taxa do IVA, em resposta a uma pergunta do CDS-PP.
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"Não vale a pena agitar nos próximos cinco dias ou duas semanas ou mesmo nas próximas três semanas o papão de que vamos aumentar a taxa do IVA porque é um papão que se vai esvair no fim dessas três semanas", afirmou António Costa.
O primeiro-ministro respondia no debate quinzenal no parlamento à deputada e líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que afirmou já se ter percebido que "vem aí um plano B de austeridade" e perguntou quando é que o país se veria confrontado "com uma taxa de IVA normal mais elevada".
A deputada insistiu para o primeiro-ministro explicar aos deputados "o que lá vem no Programa de Estabilidade", documento que ainda não é conhecido e será discutido no parlamento no dia 27 de abril.
António Costa afastou a ideia de que o Programa de Estabilidade incluirá qualquer aumento do IVA, aconselhando o CDS-PP a não agitar "o papão" e a procurar "com imaginação" outros temas para fazer oposição.
Programa de Estabilidade tem que assentar no realismo das previsões
O primeiro-ministro frisou que o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas serão objeto de debate público e adiantou que no próximo dia 21 o Conselho de Ministros irá aprovar os dois documentos, uma semana antes do debate parlamentar.
"O que eu tenho procurado fazer é ter um Programa de Estabilidade mais assente na informação mais atualizada", disse, frisando que as previsões do FMI sobre a economia mundial e europeia "não são boas" e também "não são boas relativamente a Portugal".
"O Programa de Estabilidade tem que assentar no realismo das previsões. Em matéria de previsões convém ser previdente e conservador", acrescentou.
Questionado ainda sobre a solução que pretende criar para resolver o problema do crédito malparado, António Costa disse que não foi uma "invenção" sua a necessidade de resolver os problemas dos níveis de crédito vencido no setor empresarial o que "constitui um obstáculo ao investimento".
O primeiro-ministro, que se dirigiu à ex-governante Assunção Cristas como "senhora ministra", pediu ainda ao CDS para que contribua com propostas para resolver o problema do crédito malparado.