Desejo de André Ventura de ter "três Salazares" usado pelo PSD. "Não tenho saudades de há 51 anos", disse Montenegro.
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André Ventura voltou a repetir, esta segunda-feira, no debate parlamentar sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2026, que a corrupção baixava se houvesse "um, dois ou três Salazares". Na resposta, Montenegro disse que a ditadura é sinónimo de corrupção e que, ao contrário do Chega, não tem saudades do Estado Novo de António Salazar.
O primeiro-ministro não queria dar a Ventura uma "lição sobre pensamento político e cívico", mas expôs o que pensa sobre as polémicas afirmações feitas pelo líder do Chega numa entrevista, na semana passada. "A corrupção combate-se democraticamente, no estrito respeito pelos direitos e liberdades dos cidadãos. A ditadura é ela própria a corrupção", afirmou Luís Montenegro.
O chefe do Governo acusou o Chega de ser "saudosista" e clarificou a diferença: "Não tenho saudades do Portugal de há 51 anos".
Na resposta, André Ventura tentou explicar: "Eu não tenho saudades nenhumas de um tempo anterior a que eu era nascido. Mas sei que se tivéssemos um, dois ou três Salazares tínhamos menos corrupção no país".
Antes, no discurso de abertura do debate, o primeiro-ministro abordou o tema da imigração. Primeiro defendeu que o Governo está a fazer uma "verdadeira reforma do sistema migratório" e, depois, reiterou que os "imigrantes ilegais devem regressar ao seu país". "O nosso objetivo é claro: não há dignidade sem regras e acolhimento sem responsabilidade, este Governo está a resolver o caos imigratório em que deixaram pais", disse.
Luís Montenegro deixou uma pergunta aos deputados, a que respondeu: "E os ilegais, como é que vai ser? Os imigrantes ilegais devem regressar ao seu país de origem", sentenciou. Na sua intervenção inicial, no debate, Montenegro falou ainda de saúde, habitação e segurança, além de imigração.

