O primeiro semestre deste ano ficou marcado por um aumento da sinistralidade rodoviária. Houve mais acidentes, mais vítimas mortais e mais feridos nas estradas portuguesas quando comparado com o período homólogo de 2021. O balanço foi feito esta quinta-feira pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
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De acordo com os dados da ANSR, entre janeiro e junho este ano, registaram-se 14 824 acidentes com vítimas nas estradas de Portugal Continental. No total, 207 pessoas perderam a vida. A maioria das vítimas (65,2%) eram os condutores dos veículos acidentados. As restantes mortes correspondem a passageiros e peões. Houve ainda 1 036 feridos graves e 17 306 feridos ligeiros. Trata-se de um aumento em todos os principais indicadores de sinistralidade face ao período homólogo de 2021. Houve um crescimento de 24,2% no número de acidentes, um aumento de 45,8% no número de vítimas mortais e uma subida de 23,2% nos feridos graves.
A ANSR ressalva que, relativamente a 2021, este ano tem-se "registado um aumento da circulação automóvel com o correspondente acréscimo no risco de acidente", enquanto que no ano passado "ainda se verificaram quebras na circulação rodoviária devido à pandemia". Destaca também que, ao comparar os dados do primeiro semestre deste ano com os números de 2019, "todos os principais indicadores de sinistralidade no Continente apresentaram resultados decrescentes". Registaram-se menos "11,1% nos acidentes, menos 8,4% nas vítimas mortais, menos 1,1% nos feridos graves e menos 13,8% nos feridos leves".
Entre os acidentes registados no primeiro semestre deste ano, a maioria corresponde a colisões. Já os despistes correspondem ao tipo de sinistro com mais vítimas mortais. Olhando para o número de vítimas por categoria de veículo, no primeiro semestre de 2022, verificou-se que 55,1% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro, enquanto 24,% circulava em ciclomotores ou motociclos e 6,8% em velocípedes. Os peões corresponderam a 11,1% do total de vítimas neste período.
Condução sob efeito de álcool aumentou
No primeiro semestre do ano, a ANSR registou ainda mais de 495 mil infrações ao código da estrada, o que representa um decréscimo de 10% face ao ano anterior. A maioria (57,4%) diz respeito a excesso de velocidade, sendo que a condução sob efeito de álcool aumentou 69,3%.
No que toca à condução sob o efeito do álcool, em 2022, foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 748,0 mil condutores, o que representa um aumento de 8,5% comparativamente a 2021. A taxa de infração aumentou de 1,3% nos primeiros seis meses de 2021 para 2,1% neste ano. A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, também aumentou 37,1% entre janeiro a junho de 2022 por comparação com 2021, atingindo 16,1 mil condutores. A maioria (54,3%) deveu-se à condução sob o efeito do álcool, seguindo-se a falta de habilitação legal para conduzir (34%).
Até ao final de junho, 428,6 mil condutores perderam pontos na carta de condução. Desde junho de 2016, data de entrada em vigor do sistema de carta por pontos, 2 152 condutores ficaram com o seu título de condução cassado
No que toca à fiscalização de veículos e condutores, nos primeiros seis meses do ano, foram inspecionados mais 10,5% do que no período homólogo de 2021. No total, segundo a ARS, foram fiscalizados 60,3 milhões de veículos. Quer seja presencialmente ou através de meios de fiscalização automática.