Enfermeiros, médicos e auxiliares estão a aderir à vacina contra a covid-19, que começará a ser ministrada já no domingo. Em pelo menos três dos cinco centros hospitalares que participarão nesta primeira fase, a reação inicial dos profissionais de saúde está a ser positiva.
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A vacina da Pfizer foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento e pela Comissão Europeia e as duas primeiras caixas, com cerca de dez mil doses, deverão chegar a Portugal no dia 26. Os cinco hospitais envolvidos nesta "fase simbólica", nas palavras da ministra da Saúde, estão a perguntar aos profissionais de saúde se querem ser vacinados a partir do dia 27. A resposta inicial, disse Marta Temido, permite "encarar com grande expectativa a adesão dos profissionais de saúde".
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Em Coimbra, no final do dia de sábado, foi enviado um email aos cerca de oito mil trabalhadores e a reação está a ser "muito positiva", revelou ao JN fonte oficial. O prazo inicial para uma resposta acabava ontem, mas foi alargado.
O Centro Hospitalar de Lisboa Central só contactou quem trabalha com doentes covid e, até agora, adiantou fonte oficial, "são muito mais os que querem do que os que não querem". O grupo que inclui o São José, Curry Cabral e o Dona Estefânia ainda não fez a conta final aos interessados, mas tem tido "poucas recusas".
Ainda na capital, a resposta oficial dos hospitais de Santa Maria e Pulido Valente (Lisboa Norte) indica que a campanha está a ter a "aceitação generalizada" dos trabalhadores.
No Porto, também o São João só contactou quem trata diretamente com doentes covid. É, aliás, essa a prioridade definida pelo Ministério da Saúde. O JN apurou que o São João só saberá hoje de manhã quantas pessoas estão interessadas em receber as 1950 doses da vacina que lhes calham na repartição - menos do que as quatro mil previstas inicialmente.
Dividir vacinas
O plano original previa que a vacinação arrancasse apenas nos três hospitais de referência originais para a covid-19: São João (Porto) e Curry Cabral e Dona Estefânia (Lisboa Central). Iriam dividir entre si as quase dez mil doses iniciais.
Mas, nos últimos dias, Temido decidiu alargar o número de instituições. Aos hospitais originais, somou o Santo António (Porto), os Hospitais de Coimbra e o Centro de Lisboa Norte (Santa Maria e Pulido Valente). Na segunda-feira, justificou a opção com o facto de estes hospitais serem "de fim de linha".
Montada sala de crise
A gestão da campanha de vacinação passará agora a ser feita a partir de uma "sala de situação", nas instalações do Ministério da Saúde. Lá, trabalharão representantes de todas as entidades envolvidas na coordenação do plano de vacinação.
O processo arrancará, como previsto, com a vacina desenvolvida pela Pfizer-BioNTech. Tudo indica que será eficaz contra a estirpe do novo coronavírus, a circular no Reino Unido. Em Portugal, disse Marta Temido, o Instituto Nacional Ricardo Jorge não detetou a variante nas análise genéticas feitas em novembro, em 113 concelhos de 16 distritos.
Europa
Novo consórcio para comprar seringas e agulhas
Portugal faz parte de um consórcio europeu para a compra de seringas e outros consumíveis necessários para a vacina. A autorização de despesa já foi dada pelo Conselho de Ministros. Ao contrário do sucedido no início da pandemia, em que os países concorreram entre si por ventiladores e equipamentos de proteção, a União está a juntar esforços para garantir que os 27 têm as vacinas e os materiais necessários para as administrar.