Profissionais sem formação são barreira nos cuidados de saúde de autistas
Estudo da APVA e do CES-UC é pioneiro em Portugal. Esta terça-feira celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
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A falta de conhecimento dos profissionais de saúde é a principal barreira à prestação de cuidados de saúde mental às pessoas autistas. A conclusão é do estudo “Saúde mental de pessoas autistas em Portugal: experiências e recomendações de autistas adultos e profissionais aliados”, do projeto Auticorpos e desenvolvido pela Associação Portuguesa Voz do Autista (APVA) e pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC). Psicólogos, psiquiatras e outros especialistas são apontados, “de forma generalizada e sistémica”, como tendo pouca formação acerca da manifestação do autismo na idade adulta, indica Rita Serra, autora principal.
As consequências desta falta de conhecimento vão desde o diagnóstico tardio ao apoio incorreto ou inexistente para aqueles já diagnosticados. Este problema, diz Rita Serra, deve-se à associação dos sintomas ao caso estereotipado de uma “criança branca do sexo masculino”. Além de lamentar a falta de diversidade no conhecimento sobre autismo, a investigadora do CES-UC sublinha que o objetivo deve ser o de destigmatizar. “Ser autista não é uma tragédia ou sentença, nem precisa de ser curado.”