Militares da GNR já andam no terreno a alertar a quem ainda não limpou o mato. A partir de 30 de abril, força policial começa a multar os infratores.
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Os militares da GNR que esta semana passaram pela aldeia de Oliveira de Cima, em Bodiosa, no concelho de Viseu, no âmbito da Operação Floresta Segura, encontraram situações diversas. Depararam-se com terrenos limpos e outros cheios de mato. "Estamos a desenvolver esta campanha sobre a gestão do combustível, ou seja, sobre a limpeza dos terrenos à volta dos edifícios, e a partir do dia 30 de abril, caso não o façam, nós voltamos cá e as pessoas em infração serão alvo de um auto", avisou o sargento José Aguiar, chefe do Núcleo de Proteção do Ambiente da GNR de Viseu.
O JN acompanhou a força policial na visita a duas parcelas localizadas junto a uma casa. Uma cumpre a lei, apresentando o terreno totalmente limpo; já a outra tem mato e as árvores estão demasiado próximas umas das outras.
"dever de cada um"
A lei obriga a que os terrenos estejam limpos num raio de 50 metros junto a uma habitação e as copas das árvores não podem estar a menos de dez metros de distância. Se até ao final do mês o dono do pinhal não proceder à limpeza, será multado.
"Neste caso, é com muito agrado que nós vemos que o senhor Saraiva procedeu à gestão de combustível", realçou o sargento José Aguiar, elogiando a postura deste proprietário florestal.
"É o dever de cada um, de cada cidadão manter a segurança em volta das habitações. Não temos que depender apenas do Estado para garantir a nossa segurança. Nós é que temos que ser os nossos vigilantes", respondeu.
evitar problemas
Com 49 anos, José Saraiva faz questão de limpar as cinco propriedades florestais que detém. Nunca foi multado. Considera que, tal como ele, todos têm "que cumprir as suas obrigações" para evitar problemas no futuro e ajudar os bombeiros no combate a um possível incêndio.
"Faço questão de limpar todos os anos também porque se torna mais fácil de um ano para o outro", defendeu. "A primeira vez que limpei este terreno, tinha mato com mais de um metro e meio, custou muito mais a executar esse trabalho, levei mais tempo, mais horas, mais desgaste de máquinas e esforço físico. Quando comecei a fazer todos os anos, foi mais simples", vincou.
José Saraiva limpa com os seus próprios meios os pinhais que tem em Bodiosa. O que visitámos, com dois mil metros quadrados, não tinha mato, nem uma única árvore. Usa o trator nesta operação, mas também uma máquina roçadora. Por norma, trabalha sozinho. Só às vezes chama um amigo para o ajudar. "Se não tivesse estes meios, ia ficar mais caro do que o meu trabalho", admitiu.
A GNR garante que a maioria das pessoas cumpre as regras em vigor em Viseu e no resto do país. "O cidadão está sensibilizado. À volta das casas isoladas, aglomerados populacionais e áreas industriais, há uma atuação muito grande na limpeza", rematou o tenente-coronel Adriano Resende, relações-públicas da GNR em Viseu.