O projeto de programa eleitoral do PS, apresentado esta quarta-feira, defende a "reconstrução dos alicerces de uma política para a cultura", mas a prioridade será voltar a ter um ministério, afirmou a deputada Inês de Medeiros.
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"Há o reconhecimento da necessidade de um ministério, com uma estrutura eficaz, com peso no Conselho de Ministros e que apresente uma política transversal", afirmou a deputada.
No projeto de programa eleitoral dos socialistas lê-se que a cultura é "um pilar essencial da democracia, da identidade nacional, da inovação e do desenvolvimento sustentado", e são adiantadas algumas medidas concretas, sobretudo na área do património.
"Lançar um programa de investimento na recuperação do património histórico, visando recuperar a herança histórica em todo o território" e "favorecer a conversão profissional de trabalhadores da construção civil" são duas medidas apontadas pelo PS.
Inês de Medeiros sublinhou que "o mais relevante é perceber a importância da cultura para a coesão nacional, a relação com a economia em termos de emprego, por exemplo. A cultura precisa de instrumentos mais eficazes, menos burocráticos e menos pesados".
No que toca à orgânica da cultura, a deputada diz que há alguns "'monstros' que se criaram e que paralisaram" o funcionamento do setor, mas escusou-se a especificar a que organismos se referia.
"Neste momento, o património está asfixiado, há estruturas sem meios. A cultura não é um setor menor, é essencial para a recuperação da economia, tem de estar articulado com outras áreas, com o ensino artístico, com a diplomacia económica", disse.
O projeto de programa eleitoral do PS será debatido e votado pelos órgãos nacionais do partido, entre esta quarta-feira e domingo, e apenas ficará concluído a 6 de junho, quando se realizar a Convenção Nacional.
Atualmente o setor da cultura tem uma secretaria de Estado e depende diretamente da Presidência do Conselho de Ministros.