Pergunta dirigida ao Infarmed visa saber quando e que doentes terão acesso a este tratamento promissor.
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O grupo parlamentar do Partido Socialista entregou, na segunda-feira, no Parlamento uma pergunta dirigida ao Infarmed sobre a situação de doentes com cancro da mama do tipo triplo negativo, em estados avançados, que aguardam o acesso a um fármaco inovador que melhora as hipóteses de sucesso na luta contra a doença, evitando recidivas.
Ao JN, o deputado socialista Luís Soares explica que a pergunta incide sobre quando é que o fármaco pembrolizumab poderá ser "disponibilizado de forma universal a todos os que dele precisem", incluindo os casos de doentes com recidivas, ou seja tumores mais avançados e graves, que não estavam incluídos no Programa de Acesso Precoce (PAP) já autorizado pela Autoridade Nacional do Medicamento para o tratamento de 50 doentes com este tipo de cancro e que ainda o aguardam. Segundo o deputado, o Infarmed está na fase "das condições negociais com a farmacêutica para que defina o preço e a generalização do produto aos cidadãos".
A questão do PS surge depois de um vídeo, que está a circular nas redes sociais, onde Sandra Gomes, doente com cancro da mama do tipo triplo negativo, desde 2016, denuncia a recusa do medicamento por parte do Infarmed para doentes com recidiva que enfrentam pela segunda vez o cancro.
Doentes com recidiva
A doente faz um apelo ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que "ajude todas as mulheres portuguesas que estão" à espera que o Infarmed viabilize o tratamento inovador. Este impasse está a causar grande desespero nos doentes, uma vez que lhes é negado o acesso ao tratamento. Há relatos de pacientes a deslocarem-se ao estrangeiro para o fazer, desembolsando grandes quantias de dinheiro para serem tratadas. O pembrolizumab já está autorizado no tratamento de outros tipos de cancro, nomeadamente o do pulmão.
Os deputados querem saber quando é que o Infarmed vai dar o aval para que as doentes com cancro da mama triplo negativo possam beneficiar da comparticipação pelo SNS e que medidas serão tomadas para que todas as doentes tenham acesso.