António Costa não poupou Passos Coelho face à possibilidade de o PSD votar favoravelmente a apreciação parlamentar do PCP à redução da Taxa Social Única (TSU).
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"Ainda vamos ver o PSD votar a favor da saída de Portugal da Nato ou da reestruturação da dívida", ironizou esta terça-feira no encerramento do debate quinzenal com o primeiro-ministro.
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Aproveitando as últimas palavras do líder parlamentar do PS, Carlos César, que acusou o "PSD de estar a tornar-se num partido predador dos consensos", perante a posição que adotou quanto à TSU, António Costa lembrou que "há um ano Pedro Passos Coelho era contra o aumento do Salário Mínimo Nacional porque ia dar cabo da economia, das empresas e do emprego. Agora finge que o problema é a diminuição da TSU".
"Se o PSD julga que cria um problema na Maioria cada vez que BE ou PCP apresentam uma proposta que não seja acompanhada pelo PS arrisca-se a ter grandes dissabores", frisou, acusando os sociais-democratas de "cinismo politiqueiro".
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Já no final do debate, o primeiro-ministro resgatou ainda o compromisso a que Cavaco Silva obrigou os socialistas e a restante Esquerda, quando se desenhava uma solução governativa, para criticar a posição do PSD. "As pessoas estão recordadas quando, há um ano, o então presidente da República colocou como condição que este Governo respeitasse a Concertação Social", disse, alegando que já mais nada o surpreenderá em relação à bancada laranja.
"Desta vez ainda me surpreendeu! A partir de agora estou pronto para tudo. Mas quando for para votar a renegociação da dívida já não será uma surpresa", ironizou, aludindo às bandeiras da Esquerda, que exige a saída da NATO ou a renegociação da dívida.