A manutenção do ensino presencial é a medida mais criticada pelos sociais-democratas, que acusam também o Executivo de ter falhado na preparação do outono-inverno.
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O PSD considera que as regras de confinamento apresentadas quarta-feira pelo Governo são "mais um conjunto de meias medidas", principalmente por as escolas se manterem em funcionamento.
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Segundo o deputado Ricardo Batista Leite a discordância do partido a esta decisão deve-se ao que disseram os especialistas ouvidos terça-feira no Infarmed, principalmente para os níveis de ensino a partir dos 12 anos (3.º ciclo).
"Não conseguimos entender como se mantém esse ensino aberto ao mesmo tempo em que se decide fechar outros setores", lamentou o social-democrata esta quarta-feira à tarde, em declarações na Assembleia da República.
No entender do partido, esta decisão vai atrasar a eficácia do esforço que é pedido aos portugueses e impedir que se alivie a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde.
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"É a diferença entre conseguirmos conter esta pandemia em três, quatro semanas, ou podermos ver um arrastar de mais e mais medidas ao longo de semanas sucessivas, seis, oito semanas, o que tem consequências absolutamente devastadoras", completou o deputado, citado pela agência Lusa.
O deputado apelou ainda ao Governo para "deixar a política de parte e olhar para a ciência".
De acordo com Batista Leite, o confinamento, que se vai manter pelo menos até 30 de janeiro, "é uma bomba atómica que se usa quando se desconhece o que é que se pode fazer de uma forma dirigida".
Na sua opinião, o executivo, liderado por António Costa, falhou nas medidas adotadas desde setembro bem como no planeamento da época outono-inverno. Estando o país "à beira do precipício".
O Governo tem de "mudar radicalmente de estratégia" de modo a garantir que não vai haver um aumento substancial do número de infeções que obriguem a outro confinamento "por volta da Páscoa", sublinhou.