O vice-presidente do PSD, David Justino, afirmou esta segunda-feira, após uma audiência com o presidente da República, que medidas como o recolhimento obrigatório serão "incompatíveis" com as eleições presidenciais de dia 24. PSD e PS irão votar a favor da renovação do estado de emergência, desta vez por apenas uma semana.
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À saída do Palácio de Belém, em Lisboa, David Justino disse que o recolhimento obrigatório dos portugueses e a ida às urnas "são incompatíveis, como é natural". O PSD irá reavaliar a sua posição após a reunião de dia 12 no Infarmed, uma vez que os efeitos pandémicos do período do Natal "só serão sentidos a partir da próxima semana".
Antes disso, porém, David Justino confirmou o "voto favorável" do PSD para o próximo período do estado de emergência, a iniciar esta sexta-feira e que se prolongará até dia 15: "Sou sensível aos argumentos da limitação da liberdade, mas liberdade sem responsabilidade é algo que não poderemos aceitar", justificou.
O dirigente laranja disse que o partido voltará a "analisar" a questão "durante a próxima semana", quando já estiver na posse de dados "mais sólidos" sobre a realidade pandémica.
Justino deixou também um recado a António Costa: "O Governo não se pode queixar do maior partido da Oposição, porque aquilo que estamos a fazer é dar todos os meios para que o Governo possa governar bem e resolver os problemas dos portugueses. Depois, se o faz ou não, isso faz parte da apreciação política que vamos fazendo", considerou.
PS também espera para ver
José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, não quis abordar diretamente a questão das eventuais medidas a vigorar no dia das presidenciais. "Hoje tratámos, fundamentalmente, da concordância do PS relativamente à renovação do estado de emergência por mais 8 dias", afirmou o socialista.
"Daqui por 8 dias, e depois da avaliação que for feita no dia 12 por parte das autoridades de saúde, reavaliaremos os dados", prosseguiu Carneiro. No entanto, admitiu ser "expectável" que os números "tendam a ter tido um crescimento" no período do Natal.
Ainda assim, o PS irá, por agora, "aguardar" pela reunião de dia 12 no Infarmed. Depois, "ter-se-á de avaliar os termos em que se dá conteúdo de política" a um eventual novo estado de emergência, concluiu Carneiro.
O prolongamento do estado de emergência irá, desta vez, ocorrer por um período de apenas uma semana e não dos 15 dias habituais, já que Marcelo disse não ter dados para avaliar, para já, o efeito do Natal.
De todos os partidos com assento parlamentar, a Iniciativa Liberal, que tem votado contra, foi o único a admitir vir a alterar o seu sentido de voto.