Linha foi criada há dois anos para garantir apoio em casos de violência doméstica. Serviço mantém-se no pós-covid.
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Quase 500 vítimas de violência doméstica pediram ajuda nos últimos dois anos através da linha de SMS 3060, criada no início da pandemia para que as vítimas em confinamento pudessem pedir auxílio através de uma mensagem nas situações em que não conseguissem falar. O serviço, gratuito e confidencial, vai manter-se ativo no pós-covid, garantiram ao JN o gabinete da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade e a Fundação Vodafone.
A linha foi lançada pelo Governo, em parceria com a Fundação Vodafone, em março de 2020 "para que as vítimas em confinamento pudessem enviar pedidos de ajuda de forma discreta". É um serviço gratuito para todas as redes, anónimo e confidencial, prestado por profissionais especializados da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género com formação em apoio à vítima.
De acordo com a tutela, desde o lançamento da linha foram recebidas 495 mensagens (SMS). Questionada sobre os dados demográficos das vítimas, a secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade explicou que estes "não são recolhidos uma vez que o Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica assenta no princípio da confidencialidade".
No que toca ao protocolo de atuação, a tutela detalhou que a "equipa técnica recorre a um sistema de gestão de SMS através do qual dá resposta ajustada à solicitação recebida". O sistema gera "uma resposta automatizada de confirmação da receção e indicação do SMS, o número de emergência 112 e contactos de apoio".
vítimas encaminhadas
"Em situações de extrema gravidade, urgência e a pedido da vítima, podem ser acionadas as forças de segurança, entidade esta onde pode ser feita também uma denúncia", acrescentou o gabinete de Rosa Monteiro. Na maioria das situações, "a equipa técnica procede ao encaminhamento da pessoa para uma Estrutura de Atendimento da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica", coordenada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e composta por 253 respostas e estruturas de atendimento espalhadas por todo o país.
"Essas estruturas prestam serviços de acompanhamento psicológico, social e jurídico especializado e ajustado às necessidades de cada pessoa", sublinhou a secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade.