O candidato à liderança do PSD, Paulo Rangel, garantiu, este sábado, que não vai entrar em "tricas" nem tentar "condicionar" o presidente da República. A resposta indireta é para Rui Rio, a quem avisa que não lhe passa pela cabeça adiar as diretas marcadas para 4 de dezembro.
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"É uma competência exclusiva do presidente da República. De mim, não ouvirão nenhum condicionamento", garantiu Paulo Rangel, este sábado, de visita à feira da castanha em Sernancelhe.
O candidato à liderança do PSD reagia, assim, à entrevista de sexta-feira de Rui Rio, em que o líder dos sociais-democratas, no fundo, considerou que a data que Marcelo Rebelo de Sousa escolher para as legislativas vai mostrar de que lado está, ou seja, se favorece Paulo Rangel, depois da audiência em Belém em que o eurodeputado defendeu que as eleições sejam marcadas a 20 ou 27 de fevereiro.
Paulo Rangel recusa enfiar o presidente da República na guerra das diretas. E garante estar concentrado agora em apresentar um projeto alternativo para o País. Por isso, nem lhe passa pela cabeça entrar "em tricas ou insinuações". "Não contem comigo para isso!", deixou claro, referindo-se ao facto de Rui Rio ter defendido, também na entrevista, o adiamento das diretas.
Rangel discorda por completo e exige, pelo contrário, que as diretas se realizem na data marcada: 4 de dezembro. "Não faz sentido. As eleições vão ser a 4 de dezembro!", vincou. Foi isso que também disse ao JN, numa entrevista que vai ser publicada na edição de domingo: "Eu acho, sinceramente, que não há nenhuma razão para evitar o processo eleitoral interno. Nenhuma. Nós não estamos em estado de exceção".
"A escolha da chanceler pela CDU foi feita quatro meses, ou três meses antes, aliás, com várias eleições que nem correram muito bem, até se chegar à eleição final. Agora, vai haver primárias no dia 4 de dezembro para o candidato dos Republicanos em França. Isto são os factos normais em qualquer democracia", exemplificou ainda Rangel, acrescentando: "O Governo não se demitiu, portanto vai estar em plenitude de funções, e isso até é um motivo adicional para não estar aqui a acelerar. Passamos de uma democracia para uma 'sprintocracia'. Nunca ninguém quis fazer eleições em dois meses! Elas foram sempre feitas com, pelo menos, três meses de diferença. Sempre".