A coordenadora do BE afirmou, esta quarta-feira, que a melhoria dos dados da pandemia faz com que, "a determinada altura, o estado de emergência deixe de ser necessário". Catarina Martins também alertou contra a "bomba-relógio" das moratórias, lembrando que muitas delas terminam no fim do mês.
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"Se tivermos condições para continuar a desconfinar, não tem sentido que todo esse período seja em estado de emergência", referiu Catarina Martins, após uma audiência com o presidente da República. A bloquista lembrou que, "no passado", já houve um desconfinamento "bem-sucedido" sem recurso a este mecanismo de exceção.
A líder do BE não revelou se o partido vai continuar a abster-se na próxima votação sobre o prolongamento do estado de emergência. No entanto, considerou que este não pode ser "a forma normal de a nossa democracia funcionar", preferindo que o mecanismo fique reservado para os momentos em que a pandemia piore.
Estender moratórias até setembro
Catarina Martins também disse que o seu partido está "muito preocupado" com a questão das moratórias, recordando que muitas delas acabam "já na próxima quarta-feira" e referindo que "uma em cada cinco famílias" estão nesta situação.
"Estamos perante uma autêntica bomba-relógio de crédito malparado", afirmou. "É essencial proteger as famílias e as empresas e fazer a passagem destas moratórias da Associação Portuguesa de Bancos para as moratórias públicas, para as estender pelo menos até setembro e termos, depois, planos de reestruturação e de pagamento destas dívidas".
Para a deputada, "o que não podemos é aceitar que as famílias e empresas tenham sido empurradas para as moratórias por falta de apoios e que, agora, as moratórias acabem, em pleno estado de emergência". Esse cenário, alertou, seria uma "tragédia" para famílias, empresas, economia e "para a própria banca".