O líder do PSD, a presidente do CDS-PP e a coordenadora do Bloco de Esquerda já reagiram ao relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armas em Tancos, que "arrasa ministro e militares".
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O líder do PSD acusou o Governo de "tiques de autoritarismo" por ocultar ao parlamento informações sobre o furto de material de guerra em Tancos e questionou se o presidente da República está a par do relatório divulgado este sábado.
Este Governo tem tiques de autoritarismo
À margem de um almoço de apoio ao candidato do partido à Câmara Municipal de Marco de Canaveses, José Mota, Pedro Passos Coelho referiu-se ao relatório dos serviços de informações militares noticiado pelo semanário "Expresso" sobre o furto de armas em Tancos que, segundo o jornal, "arrasa ministro e militares".
"Não sei se o senhor presidente da República está a par do que se passa, mas o parlamento não sabe de nada, temos de comprar o 'Expresso' ao sábado para saber o que se passa com o Orçamento, para saber o que passa com os paióis militares, para termos as notícias que o Governo tem a obrigação de prestar ao parlamento?", questionou.
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Passos Coelho lembrou que também já pediu publicamente ao governo a divulgação do relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sobre a alteração à lei da imigração, até agora sem resposta. "Viram-no? Eu ainda não vi. Este Governo tem tiques de autoritarismo, é este o nome que temos de dar a estes comportamentos", acusou, defendendo que o Governo tem de prestar informação ao parlamento sobre matérias graves como as que citou.
Cristas: Ministro da Defesa não esteve à altura
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse que o ministro da Defesa "não esteve à altura das suas responsabilidades" e "do cargo que desempenha" no caso do desaparecimento de armas de guerra em Tancos.
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"Este relatório vem confirmar aquilo que foi sempre a preocupação e a linha do CDS, quando afirmou que o ministro da Defesa não esteve à altura do seu lugar e das suas responsabilidades", afirmou aos jornalistas Assunção Cristas, adiantando que o partido "não mudou de opinião" quanto à demissão de Azeredo Lopes, que "naturalmente tem de ser responsabilizado por esta situação".
A líder centrista falava durante uma ação de campanha para a Câmara de Lisboa.
Catarina Martins continua a aguardar esclarecimentos
A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou que continua "a aguardar esclarecimentos cabais do Governo" sobre o furto de armas em Tancos, mas escusou-se a comentar o relatório dos serviços informações militares sobre o caso.
"Como compreende eu não posso comentar um relatório que não conheço. O relatório é secreto, é dos serviços de informações, há notícias sobre o relatório, mas nós não conhecemos o relatório. Sobre essa matéria não posso dizer absolutamente nada", respondeu Catarina Martins aos jornalistas durante uma ação de campanha autárquica em Amarante, distrito do Porto.
O BE continua, de acordo com a líder, "a aguardar esclarecimentos cabais do Governo" e insiste que "todas as consequências devem ser retiradas", até porque "ainda está muito por esclarecer".