A Unidade Técnica de Apoio Orçamental estima que o défice das administrações públicas, em contas nacionais, tenha ficado nos 3,7% até setembro deste ano, um valor acima da meta do anterior Governo para a totalidade do ano.
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PSD
O PSD, pela voz do deputado social-democrata Duarte Pacheco, sublinhou que a meta do défice nos 3% no final de 2015 é, para a UTAO, "alcançável", desde que se mantenha o "rigor na gestão" das contas públicas até final do ano.
O PSD lembra que novembro e dezembro são "meses importantes em termos de execução de receita", nomeadamente por via do subsídio de Natal para o setor privado e pensionistas, que representa mais IRS, mas também através do maior consumo típico desta época, que traz "mais IVA para os cofres do Estado". "O comboio está em andamento para alcançar a meta. Basta que o Governo mantenha o ritmo e não faça descarrilar", advertiu Duarte Pacheco.
PS
"Os desvios na receita e despesa dificilmente serão respondidos pelas almofadas orçamentais incorporadas pelo anterior governo no Orçamento de 2015", advertiu o deputado socialista João Paulo Correia. Estes são "dados altamente preocupantes", mas o PS "quer acreditar" que é possível atingir os 3% de défice no final de 2015.
"Mesmo com o rigor que este Governo está predisposto a introduzir desde o primeiro dia da sua governação até ao dia 31 de dezembro será difícil responder aos desvios que já estão previstos para o mês de dezembro", vincou todavia João Paulo Correia.
CDS-PP
"A UTAO, como é sua função, alerta para os riscos, mas deixa também claro que é possível chegarmos à meta dos 3% ou abaixo", afirmou a parlamentar centrista Cecília Meireles, adiantando que "também é bom acrescentar que aquilo que são as despesas essenciais, que se repetem, fixas, do Estado estão acauteladas".
"O cumprimento de metas, exigentes como as que estabelecemos para nós próprios, exige sim rigor e cautela. É isso que se espera deste Governo, que consiga manter esta meta, o que é perfeitamente possível. Se começarmos a autorizar agora todo o tipo de despesas ou a antecipar pagamentos, naturalmente isso faz perigar a meta. Tem de haver um cumprimento rigoroso. O ritmo, sobretudo do último trimestre, tem de ser mantido", continuou a deputada.
BE
"PSD e CDS fizeram uma campanha a garantir ao país que havia uma fortaleza: havia crescimento económico sólido, recuperação económica sólida, contas públicas sólidas", mas afinal sabem que o défice de 2,7% no final do ano "dificilmente pode ser cumprido" e os partidos querem "imputar responsabilidades ao novo Governo", afirmou Mariana Mortágua.
"Os dados da UTAO dizem respeito à execução orçamental de outubro, onde havia um Governo em funções", da responsabilidade de PSD e CDS-PP, vincou a parlamentar.
PCP
"Uma vez demitido o Governo PSD/CDS, vão descobrir-se todas as artimanhas e falsidades da propaganda do anterior Governo, que já tinha falhado todas as metas que tinha fixado, quer para o crescimento económico, quer para o défice orçamental, em todos os anos", afirmou João Oliveira.
"Ao fim de 11 meses de execução orçamental, vir querer imputar alguma responsabilidade por aquilo que aconteceu nos dois meses depois das eleições, é perfeitamente absurdo", lamentou o deputado comunista.
