Fish Surf School cria programa de atividades, na água e em terra, para divertir crianças da Zona Norte.
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Para muitos, estar em cima de uma prancha de surf é uma sensação de liberdade como nenhuma outra. Os mais novos não são uma exceção. Em Matosinhos, dezenas de escolas de surf disputam o mar e também as turmas dos campos de férias, para crianças e jovens, no verão.
Na Fish Surf School, a iniciativa existe desde o início da escola, há precisamente 14 anos. "Cerca de 80% das crianças a participar nestes campos de férias são de pais que já trabalham connosco há vários anos", diz o proprietário João Soares.
Nem todas as atividades se fazem no mar. Há aulas de skate e jogos tradicionais e lúdicos para despertar a veia competitiva e para que os mais pequenos não "congelem" nas ondas do Norte. Até porque o verão é matreiro por estes lados.
O ano passado foi um bom teste para a escola de surf, situada a poucos metros da praia de Matosinhos. João Soares confirma o aumento da procura em 2020 e antevê campos de férias preenchidos em 2021. Para o responsável da Fish Surf School, a explicação é clara: "os pais preferem as atividades no exterior" e retiraram os filhos de desportos em espaços fechados e com mais contacto físico, como o basquetebol ou o voleibol.
Verão a salvar escolas
Com dez a doze semanas de campos de férias, de julho a setembro, cumprir as regras sanitárias é imperioso para o sucesso do negócio e a saúde dos alunos. Por essa razão, os "surfistas" equipam-se no exterior, numa área designada para o efeito, as pranchas e os fatos são higienizados e as turmas foram reduzidas, dos habituais 35 para 20 alunos.
Os períodos de confinamento nem sempre foram uniformes quanto à prática do surf, com as autarquias a divergir nas suas posições. No início da pandemia, a modalidade chegou a estar interdita. A suspensão das aulas prolongou-se por vários meses. João Soares admite que o desconfinamento trouxe um "boom" de inscrições.
Os campos de férias que, num ano sem vírus, representavam uma "fatia" considerável dos lucros, tornaram-se imprescindíveis na pandemia. "É sempre um balão de oxigénio", diz o proprietário. Uma semana a praticar surf na escola de Matosinhos, com almoço e em regime de "full-time", fica por 170 euros. Já em "part-time", o preço desce para os 90 euros.