Pizarro admite que falou com autarca de Gaia, mas nega favorecimento de funcionário
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu, esta sexta-feira, que falou com o autarca de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, sobre a possibilidade de mobilidade de um técnico superior de uma outra autarquia para a Câmara de Gaia. O governante nega, porém, que tenha havido "tratamento excecional".
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"Eu conheço a pessoa em causa, que é assistente operacional numa câmara e, a certa altura, cruzou-se comigo e pediu-me ajuda. Dava-lhe jeito mudar para a Câmara de Gaia, que era o lugar onde ele reside, e falei com o senhor presidente da Câmara sobre esse assunto mas não pedi nada. Não pedi nenhum tratamento de exceção, nunca mais soube de nada do assunto", disse Pizarro, questionado pelos jornalistas.
O ministro disse que falou do funcionário em causa "para ajudar a vida dessa pessoa", mas negou qualquer favorecimento. "Não tentemos complicar uma coisa que é completamente normal. Não pedi que houvesse nenhum tratamento de exceção, apenas perguntei se havia vaga para que essa mobilidade viesse eventualmente a ocorrer. E vindo a ocorrer, teria de ser nos termos da lei".
"Tenho a certeza que não interferi nada", continuou Pizarro, rematando: "Sinto-me muito tranquilo com isso".
Questionado sobre se tinha sido alvo de buscas, o governante disse que não foi contactado por ninguém e que teve conhecimento do assunto pelos meios de comunicação social.
O ministro da Saúde está a ser investigado por prevaricação por, alegadamente, interceder junto do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia para que abrisse um concurso para acomodar a transferência de um funcionário da autarquia de Gondomar. O funcionário em causa seria militante do PS e terá sido presidente de uma junta de freguesia portuense.
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