O Café Ferreira Capa, em Braga, desinfetou o espaço e abasteceu-se de máscaras e desinfetantes para a reabertura de amanhã.
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Há funcionários a limpar vidros, outros em cima de andaimes a esfregar os frisos dos tetos, há mesas espalhadas e material de proteção individual e higienização a chegar. No café e confeitaria Ferreira Capa, no centro de Braga, os últimos dias foram de grande azáfama, para amanhã reabrirem as portas, com "todos os cuidados assegurados", diz o gerente, Jorge Sá.
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A primeira desinfeção do espaço decorreu na semana passada. Uma empresa externa tratou de todos os cantos da casa e fez a desbaratização. Na quinta-feira, os próprios colaboradores, gerente e até o proprietário, José Pedro Ferreira, trataram de mais uma limpeza geral, com mobiliários, montras e paredes a serem passadas a pente fino.
"Este fim de semana, ainda, teremos uma outra desinfeção direcionada para a covid-19, por outra empresa", explica Jorge Sá que, em 30 anos de trabalho na área, nunca tinha passado por um processo "tão marcante".
Casa centenária e parte do projeto Lojas com História, o Ferreira Capa fechou a 15 de março devido à pandemia da covid-19. Tinha capacidade para 100 lugares sentados, só no interior. Agora, vai reduzir "para mais de metade" a lotação para respeitar o distanciamento social imposto pela Direção-Geral da Saúde, assume José Pedro Ferreira. "Vamos ter cerca de 40 lugares e, também, ficar com uma esplanada mais pequena", elucida o proprietário, convencido de que "há um clima de desconfiança" que não levará a uma enchente da casa nos primeiros dias, após a reabertura. "Vai haver uma retração. Infelizmente, parece que andamos todos desconfiados uns dos outros", lamenta.
De qualquer forma, tudo está preparado "para que os clientes se sintam bem", acrescenta Jorge Sá. Além das desinfeções dos últimos dias, haverá reforço de limpeza nas casas de banho. À porta e junto dos balcões haverá desinfetantes para os clientes e, posteriormente, será avaliada a necessidade de colocar frascos em cada mesa. Os funcionários usarão máscara e luvas e os clientes terão uma barreira junto ao local de pagamento para evitar proximidade com os empregados. "Queremos que as pessoas se sintam bem, mas que não cheguem à porta e pensem que estão a entrar numa casa de saúde", ironiza José Pedro Ferreira.
Quanto à oferta, será reduzida aos serviços de cafetaria e pastelaria, com os doces mais tradicionais, além de almoços, a pensar em quem voltou ao trabalho. "À hora de almoço trabalhávamos muito bem e acredito que vamos voltar a trabalhar. As pessoas vão começar a ficar cansadas de levar as refeições de casa", considera o proprietário.
Os menus em papel deixarão de existir e, em vez disso, a lista será afixada na mesa. "Vai permitir que limpemos as mesas e os menus ao mesmo tempo", explica Jorge Sá, preparado para reabrir com uma equipa reduzida. "Vai ser novidade para toda a gente", afirma o gerente. O espaço tinha 10 funcionários, mas cerca de metade deverá manter-se em lay-off.