Reuniões técnicas no Infarmed estão de volta com parte em direto nas redes sociais
Sessão "importante" para se definirem medidas da situação de contingência. Governo não diz quando será a próxima.
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Dois meses depois de terem sido suspensas, regressam esta segunda-feira as reuniões técnicas sobre a evolução da pandemia no país e que juntam peritos, políticos e parceiros sociais. A sessão decorre no Porto, em moldes diferentes das dez anteriores. O Governo ainda não revela quando e onde irão ocorrer as próximas.
Se até aqui as reuniões técnicas decorriam no auditório do Infarmed, em Lisboa, longe do olhar da Comunicação Social, a partir de hoje toda a população poderá acompanhar as intervenções iniciais dos especialistas. Segundo antecipou o Governo, essa transmissão será feita através das suas contas nas redes sociais.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha pedido precisamente isso, em meados de agosto: que as reuniões técnicas decorressem com um outro modelo. Um mês antes, tinha sido o líder do PSD a criticar sessões que, em momentos, eram apenas "uns gráficos atrás dos outros, com tanta velocidade", que nem havia "tempo para absorver" a informação.
Rui Rio pediu menos reuniões e mais curtas. O PSD chegou a propor que ocorressem no Parlamento. Mas, durante dois meses, técnicos e políticos deixaram de se sentar à mesa.
psd está preocupado
O anúncio da suspensão das reuniões no Infarmed foi feito no final da décima, a 8 de julho. O primeiro-ministro disse, então, que só voltariam a ocorrer "quando se justificar". E é essa a estratégia ainda em vigor, conforme foi referido pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no final do Conselho de Ministros do passado dia 27.
A sessão de hoje, no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, é tida como "importante" para se acertarem as medidas a adotar a partir do dia 15. Marcelo Rebelo de Sousa já disse que espera que a sessão "seja útil para que os partidos percebam por que o Governo, com antecipação, preventivamente", disse que iria recorrer ao estado de contingência.
O porta-voz do PSD para a Saúde, Ricardo Batista Leite, revelou, nas redes sociais, que considera "preocupantes" os dados para o inverno. E defendeu "testagem massiva, identificação imediata de contactos, isolamento efetivo de todos, intervenções específicas em todos os setores da sociedade" e que se assegurem "cuidados aos doentes não-covid".